Organizações operárias cristãs de Portugal e Espanha unidas nas suas preocupações
sobre a precariedade, a flexibilidade laboral e o desemprego
(24/1/2008) A LOC/MTC (Liga Operária Católica/Movimento de Trabalhadores Cristãos),
de Portugal, e a HOAC (Hermandad Obreira da Acción Católica), de Espanha, manifestaram
a sua preocupação em relação ao futuro dos trabalhadores em ambos os países. “O
desemprego, o emprego precário, a flexibilidade laboral, a mobilidade geográfica,
a sinistralidade, os baixos salários e reformas, o endividamento das famílias, a legislação
laboral desfavorável, a privatização dos serviços públicos, a degradação dos serviços
de assistência sanitária e do sistema de segurança social, a imigração – com todas
as dificuldades de integração –, a economia submersa, etc., são realidades em que
se encontram imersos os trabalhadores mais desfavorecidos”, refere um comunicado enviado
à Agência ECCLESIA. As duas organizações estiveram reunidas em Salamanca, nos
dias 21 e 22 de Janeiro, para analisar, em conjunto, a vida e a acção dos movimentos,
a situação do mundo operário e o papel da Igreja nos dois países, no que concerne
ao social. “A quebra de confiança nas organizações dos trabalhadores, a falta
de solidariedade e debilitação da acção sindical e das reivindicações, a enorme quantidade
de pessoas que já vivem abaixo do limiar da pobreza, as dificuldades que encontram
os jovens e as mulheres em torno do trabalho e as consequências para a família operária
são grandes preocupações sentidas pelos dois movimentos”, refere a nota desta Quarta-feira.
O texto, assinado pelos coordenadores nacionais da LOC/MTC e da HOAC, considera
que a Igreja Católica “está mais voltada para si mesma que para o mundo; pouco atenta
à vida das pessoas, concretamente os trabalhadores, que sofrem diariamente atropelos
à sua dignidade”. “É necessário estar atento para que os direitos sociais dos
trabalhadores não desapareçam sob as garras da ‘flexissegurança’, das relações laborais
e de uma maior integração nas nossas sociedades dos trabalhadores e trabalhadoras
imigrantes”, alertam. Ambos os movimentos manifestaram a sua solidariedade com
as famílias dos trabalhadores portugueses falecidos num acidente de viação no dia
21 e com todos os trabalhadores falecidos no trajecto casa-trabalho.