CUBA: ARCEBISPO DE HAVANA RECORDA VISITA DE JOÃO PAULO II, EM 1998
Havana, 22 jan (RV) – O cardeal-arcebispo de Havana, Jaime Lucas Ortega y Alamino,
recorda a visita de João Paulo II à ilha, e afirma que a reconciliação do país é possível.
Em
entrevista à revista "Espacio Laical", o purpurado analisa a situação de Cuba, dez
anos depois da visita de João Paulo II ao país, de 21 a 25 de janeiro de 1998. O cardeal
acredita que essa visita gerou, na sociedade cubana, "pontos de diálogo muito interessantes"
e que a reconciliação, fortemente desejada por João Paulo II na década 90, hoje ainda
é possível.
Na entrevista, o cardeal recorda os preparativos para a chegada
de João Paulo II a Cuba: "Os convites foram feitos quarteirão por quarteirão, casa
por casa. Foi uma verdadeira mobilização missionária em nível nacional, por parte
de todas as nossas comunidades, e uma imensa acolhida por parte do povo" _ comenta.
Toda
manhã, quando João Paulo II se dirigia ao aeroporto para pegar o vôo que o levaria
aos mais diversos pontos de Cuba, onde celebrou a Eucaristia, as ruas eram tomadas
por multidões de fiéis. "Isso me surpreendia muito, porque não era um ato programado.
O percurso do Santo Padre não era anunciado. Ninguém sabia por quais ruas ele passaria,
para ir ao aeroporto" _ revela o purpurado. "A emoção das pessoas, a alegria, a
disciplina e o entusiasmo fizeram com que o balanço da visita de João Paulo II fosse
positivo, superando as nossas melhores expectativas" _ continua o Cardeal Ortega.
O Cardeal Jaime Lucas Ortega y Alamino recorda que o pontífice polonês "sempre
cultivou sentimentos muito especiais por Cuba e pela Igreja cubana". Por ocasião de
sua visita, ele demonstrou grande apreço pelo povo cubano: "É um povo inteligente
_ disse o papa _ aplaude os conceitos e não a entonação dos discursos."
Particularmente,
o cardeal demonstra um carinho especial por João Paulo II: "É o papa da minha vida"
_ exclama com nostalgia durante a entrevista, afirmando que Papa Wojtyla, com seu
olhar "inesquecível", assinalará para sempre, seu caminho episcopal. "Um olhar profundo,
que entra dentro sem ser inquisitivo _ revela o Cardeal Ortega. Talvez, o olhar dos
santos seja assim." (EP/AF)