Superior Geral da Companhia de Jesus, Pe. Adolfo Nicolás apresenta prioridades: pobres
e marginalizados dos cinco Continentes
(21/1/2008) O novo Superior Geral da Companhia de Jesus, Pe. Adolfo Nicolás, presidiu
este Domingo a uma Missa de acção de graças na Igreja de Jesus, em Roma, onde apresentou
as prioridades para os Jesuítas, apontando para os pobres e marginalizados dos cinco
Continentes. O Pe. Nicolás, espanhol com larga experiência de missão no continente
asiático, falou da importância de anunciar o Evangelho “em todas as nações”, referindo-se
a “outras nações, não geográficas, mas humanas, que exigem a nossa assistência”. O
Prepósito-Geral da Companhia de Jesus gracejou com os títulos dos jornais dos últimos
dias, que classificou de “clichés”: “Papa Negro”, “Papa Branco”, “poder”. “Tudo isto
é superficial, o que conta é servir: servir a Igreja, servir o mundo, os homens, o
Evangelho”, disse na sua homilia. Citando a primeira encíclica de Bento XVI, o
Pe. Nicolás frisou que “o Papa lembra que Deus é amor, esta é a essência do Evangelho”.
Destas duas palavras chave, serviço e amor, o novo Geral dos Jesuítas concluiu
a necessidade de olhar para os que ficam à margem dos processos globais que estão
a transformar o mundo. A Ordem fundada por Santo Inácio, conta hoje com quase
20 mil religiosos em mais de 100 países de todo o mundo, 30% dos quais na Ásia O
novo Geral torna-se, aos 71 anos, o 29.º sucessor de Santo Inácio de Loyola desde
que Companhia foi fundada, em 1540. O Pe. Nicolás passou largos anos em missão no
Japão, onde era professor de Teologia em Toquio. Desempenhava ainda funções de moderador
da Conferência Jesuíta da Ásia Leste e da Oceania, desde 2004. A escolha dos Jesuítas
recaiu assim sobre um missionário na Ásia, como aconteceu com Pedro Arrupe, predecessor
do Pe. Kolvenbach.
A 21 de Fevereiro, o Papa receberá em audiência os membros
da 35.ª Congregação Geral. Não é certo que os trabalhos da Congregação se tenham concluído
nessa altura, dado que após a eleição do Geral serão agora definidas as grandes orientações
para o futuro da Companhia de Jesus. Antes da eleição, o Papa enviara uma carta
ao Geral cessante, Pe. Hans Kolvenbach, convidando os Jesuítas a reafirmarem a sua
“adesão total à doutrina católica”, falando de pontos precisos como “a relação entre
Cristo e as religiões, alguns aspectos da teologia da libertação e vários pontos da
moral.