CARTA DO PAPA A PE. KOLVENBACH, POR OCASIÃO DA 35ª CONGREGAÇÃO GERAL DA COMPANHIA
DE JESUS
Cidade do Vaticano, 18 jan (RV) - Alguns dias antes de apresentar sua renúncia
como prepósito-geral da Companhia de Jesus, Pe. Peter-Hans Kolvenbach recebeu uma
carta pessoal do papa. Pe. Kolvenbach _ refere um comunicado dos Jesuítas _ compartilhou
a missiva com os membros da Congregação Geral e com toda a Companhia, e referiu a
Bento XVI "a profunda atenção e gratidão" com que acolheu sua mensagem".
O
prepósito-geral comunicou aos jesuítas "o afeto, a proximidade espiritual, a estima
e a gratidão com que os Sucessores de Pedro olharam e olham para a Companhia de Jesus,
continuando a esperar dela um fiel serviço ao anúncio íntegro e sem incertezas do
Evangelho em nosso tempo".
Colocando-se em continuidade com os pronunciamentos
de seus predecessores, o Santo Padre evoca, em sua carta, o laço particular que liga
a Companhia de Jesus ao Sucessor de Pedro, expresso no "quarto voto" de obediência
pessoal ao papa, como definido na "fórmula" de fundação de Santo Inácio: "Militar
por Deus, sob o estandarte da Cruz e servir somente o Senhor e a Igreja, sua esposa,
à disposição do pontífice romano, Vigário de Cristo na terra."
"Dessa fidelidade,
que constitui o sinal distintivo da ordem, a Igreja precisa, sobretudo, hoje _ ressalta
o papa _ numa época em que se percebe a urgência de transmitir, na íntegra, aos nossos
contemporâneos distraídos por tantas vozes discordantes, a única e inalterada mensagem
de salvação, que é o Evangelho, "não como palavra de homens, mas como é verdadeiramente,
como palavra de Deus", que atua naqueles que crêem."
"Portanto, a obra de evangelização
da Igreja conta muito com a responsabilidade formativa que a Companhia tem, no campo
da Teologia, da espiritualidade e da missão" _ continua o pontífice, pedindo aos participantes
da 35ª Congregação Geral, que reafirmem, no espírito de Santo Inácio, sua adesão à
doutrina católica, em particular, sobre pontos nevrálgicos, hoje fortemente atacados
pela cultura secular, como _ por exemplo _ a relação entre Cristo e as religiões,
alguns aspectos da Teologia da Libertação, e vários pontos da moral sexual, de modo
particular no que se refere à indissolubilidade do matrimônio e à pastoral das pessoas
homossexuais."
Em sua carta, o Santo Padre faz votos de que a 35ª Congregação
Geral "reafirme com clareza, o autêntico carisma do fundador, para encorajar todos
os jesuítas a promoverem a verdadeira e sadia doutrina católica".
Além disso,
retomando as palavras de João Paulo II, em 1995, Bento XVI convida os membros da ordem
a reafirmarem "sem equívocos e sem hesitações", a fidelidade amorosa ao carisma indicado
por Santo Inácio, como fonte segura de renovada fecundidade.
A Companhia de
Jesus _ afirma Pe. Kolvenbach em sua carta de resposta ao papa _ declara sua vontade
de responder sinceramente aos convites e aos pedidos do Santo Padre. A Congregação
Geral dedicará a eles toda a atenção devida, durante seus trabalhos, parte dos quais
será dedicada justamente aos temas da identidade e da missão dos jesuítas, e da obediência
religiosa e apostólica, em particular, da obediência ao papa. (RL/AF)