COLÔMBIA: IGREJA ATUA COME MEDIADORA NO DIÁLOGO ENTRE GOVERNO E GUERRILHEIROS
Bogotá, 17 jan (RV) - A Igreja Católica na Colômbia, histórica mediadora no
diálogo entre o governo e a guerrilha colombiana, retomou os contatos com as Forças
Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) para a criação de uma "zona de encontro",
que sirva de base para a negociação de um acordo humanitário sobre os reféns em mãos
dos guerrilheiros. A informação foi divulgada pela assessoria de imprensa do Arcebispado,
em Bogotá.
De acordo com declarações do presidente da Conferência Episcopal
da Colômbia (CEC), Dom Luis Augusto Castro Quiroga, arcebispo de Tunja, a Igreja Católica
pediu à guerrilha que autorizasse a Cruz Vermelha a visitar os reféns e aceitasse
conversar com o governo da Colômbia, nessa "zona especial". Para os bispos, esse violento
conflito interno que já dura mais de quatro décadas, pode terminar somente através
do diálogo.
"Entramos em contato com os rebeldes, e estamos progredindo, mas
a discrição é fundamental nestes casos" _ disse o arcebispo, ao término de um encontro
com o Conselho Gremial Nacional (CGN) das associações empresariais do país.
O
presidente do Episcopado, e o secretário-geral da CEC, Dom Fabián Marulanda López,
bispo emérito de Florencia, informaram o CGN sobre a iniciativa da "zona de encontro",
que foi apresentada _ e aceita _ ao presidente Álvaro Uribe, em dezembro do ano passado.
A proposta prevê que um "comissário de paz" se reúna com representantes das
FARC, na área estabelecida, na tentativa de negociar a libertação de 44 reféns políticos,
entre eles a ex-candidata presidencial, Ingrid Betancourt.
Por exigência do
governo, a "zona de encontro" deve ter cerca de 150 km2, num território
rural onde não haja postos militares ou policiais e, preferencialmente, sem população
civil ou com um mínimo de habitantes. O presidente Uribe exigiu também, que "o território
tenha a presença de observadores internacionais".
Falando com a imprensa,
Uribe referiu-se às provas de vida entregues, na última segunda-feira, pela ex-congressista
Consuelo González de Perdomo, libertada pelas FARC na quinta-feira da semana passada,
às famílias de oito reféns em mãos da guerrilha. (CM/AF)