Jesuítas aceitaram resignação do Superior Geral Pe. Peter-Hans Kolvenbach
(15/1/2008) Os Jesuítas presentes na 35ª Congregação Geral da Companhia de Jesus
aceitaram ontem, 14 de Janeiro, a renúncia do Pe. Peter-Hans Kolvenbach ao cargo de
Superior (Prepósito) Geral, que ocupou durante 25 anos. Na abertura dos trabalhos,
a 7 de Janeiro, o Pe. Kolvenbach afirmara que “a Companhia de Jesus tem o direito
de ser governada e animada por um Jesuíta na plena posse das suas faculdades físicas
e espirituais e não por um companheiro cujas energias continuarão a diminuir por causa
da idade, próxima dos 80 anos, e das consequências dessa idade, em especial no campo
da saúde”. O Geral cessante invocou o artigo 362 das Normas Complementares dos
Jesuítas, segundo o qual o Superior Geral, apesar de eleito por toda a vida, “pode,
em recta consciência” pedir a demissão do cargo “por um motivo grave”. A demissão
foi apresentada após o consentimento do Papa e aceite com o voto positivo dos assistentes
e provinciais de toda a Companhia de Jesus. Ao comunicar o resultado da votação, o
moderador desta reunião magna, Pe. Valentín Menéndez, manifestou ao Pe. Kolvenbach
o agradecimento e a gratidão de todos pelo seu “notável serviço”. Nas suas palavras
finais, o Geral cessante optou por deixar uma mensagem de esperança, afirmando que
“apesar de uma desconcertante diversidade de pessoas e culturas, de aspirações e obras,
nunca faltou a união de espíritos e de corações” entre os Jesuítas. “Não obstante
uma crescente fragilidade, a Companhia continua capaz de dialogar apostolicamente
com os desafios do mundo moderno”, assegurou. Depois deste passo, os 217 delegados
com direito de voto poderão eleger o sucessor do Geral da Companhia de Jesus através
do voto electrónico. A renúncia de Kolvenbach e a eleição do seu sucessor ocupa
a primeira parte dos trabalhos, podendo ser conhecido o nome do novo Geral no dia
18 ou 19 de Janeiro, após quatro dias de oração, durante os quais os votantes estão
sujeitos a um isolamento total, devendo entregar até os seus telemóveis, para que
não haja comunicações externas. Todos os rituais da nomeação seguem a normas ditadas
por Santo Inácio de Loyola, fundador da Companhia de Jesus. O nome do eleito, que
deve receber mais de metade dos votos, será divulgado pelos Jesuítas, após uma comunicação
telefónica com Bento XVI. A 21 de Fevereiro, o Papa receberá em audiência os membros
da 35.ª Congregação Geral. A Ordem fundada por Santo Inácio conta hoje com quase
20 mil religiosos em mais de 100 países de todo o mundo. Em 1965, contudo, esse número
chegava a 30 mil e trezentos religiosos.