CARDEAL BERTONE: FORÇAS ARMADAS SÃO ESPECIALISTAS EM SOLIDARIEDADE NO MUNDO
Roma, 15 jan (RV) - "Todos aspiramos à paz, mas a paz verdadeira não é simples
conquista do homem ou fruto de acordos políticos e militares: ela é, em primeiro lugar,
um dom divino a ser implorado; é, ao mesmo tempo, um compromisso constante, humilde
e generoso, a ser portado avante com paciência": foi o que ressaltou o cardeal secretário
de Estado, Tarcisio Bertone, ao presidir, neste último domingo, a celebração pelo
Dia da Paz, organizado _ também este ano, em Roma _ pelo Ordinariato Militar da Itália.
Pela
primeira vez, o rito _ oficiado na Igreja de Santa Catarina de Sena, no centro da
capital italiana _ foi presidido pelo Cardeal Bertone, que entregou, idealmente, a
mensagem de Bento XVI pelo Dia Mundial da Paz, e prestou uma homenagem pessoal àqueles
que _ disse _ "pagaram com a vida" seu serviço à paz, assegurando "uma oração por
suas almas e renovando a proximidade espiritual a suas famílias".
"No vasto
canteiro de obras da paz mundial, as forças armadas _ observou o purpurado _ têm um
específico papel: elas estão a serviço da paz, como se percebe cada vez mais, por
parte da opinião pública, e como demonstram as muitas missões humanitárias" levadas
a cabo pelos soldados italianos, "com generosa dedicação, em lugares da terra atormentados
e em situação de risco".
Em particular, o cardeal secretário de Estado ressaltou
que "a paz que nós desejamos para a humanidade" é "a paz que não nos cansamos de invocar
com a oração, e de construir com incessante esforço; a paz que nasce, sobretudo, em
nós mesmos, quando conseguimos apagar em nosso coração, o fogo violento do ódio, da
inveja, do egoísmo e da indiferença".
A Eucaristia foi concelebrada, entre
outros, pelo Arcebispo Vincenzo Pelvi que, em outubro de 2006, assumiu o governo pastoral
do Ordinariato Militar da Itália.
Em sua homilia, o Cardeal Bertone recordou
três importantes aniversários: os 40 anos da instituição do Dia Mundial da Paz, os
60 anos da Declaração Universal dos Direitos do Homem, e os 25 anos da adoção, por
parte da Santa Sé, da Carta dos Direitos da Família.
O purpurado expressou
aos capelães militares e a todos os que atuam num setor pastoral tão importante, seu
apreço "pelo entusiasmo, dedicação e zelo" com que desempenham sua "missão apostólica
entre os soldados, tornando a Igreja visível e próxima à pessoa".
O ministério
dos capelães é "ministério de paz", disse o purpurado. Por isso, num mundo sedento
de esperança, o secretário de Estado fez votos de "que a paz verdadeira seja Evangelho,
boa notícia e mensagem de salvação para todos".
Em particular _ acrescentou
ele _ "para nós, cristãos, Cristo é a nossa Paz: Ele que abateu as barreiras da divisão
e da indiferença recíproca, que uniu povos diversos no vínculo do único amor".
A
seguir, referindo-se à mensagem do papa, o Cardeal Bertone ressaltou que recordar
que, na raiz da paz entre as nações está a família, significa "que justamente a família-modelo
pode e deve inspirar as relações de solidariedade e de colaboração a serem construídas
incansavelmente, no âmbito da única comunidade humana, constituída pelo conjunto dos
povos da Terra".
O cardeal acrescentou que "é na família fundada no matrimônio
entre um homem e uma mulher, que se faz a experiência de alguns componentes fundamentais
da paz: a justiça e o amor _ mas também a autoridade exercida pelos pais, o serviço
e a ajuda a quem precisa, até o acolhimento e o perdão".
De resto, há um estreito
elo entre família, sociedade e paz. A primeira deve ser protegida com medidas concretas,
porque constitui um recurso de paz. "Os valores e os direitos da família natural _
concluiu _ são os fundamentos da paz no mundo e, somente protegendo decididamente
a instituição familiar, se consegue tornar mais sólida toda a comunidade internacional."
(RL/AF)