2008-01-13 09:06:09

Conferência dos Institutos Religiosos de Portugal quer combater tráfico humano


(13/1/2008) Em Portugal o alto-comissário para a Imigração e Minorias Étnicas, defendeu que os atentados contra a dignidade da pessoa devem ser classificados como os “crimes mais graves” do regime jurídico.
Sem se referir em particular ao tráfico de pessoas, que o levou ontem a realizar uma palestra em Fátima, Rui Marques defendeu que, “enquanto sociedade, devemos caminhar para ponderar a relevância de diferentes crimes”, penalizando aqueles que atingem directamente os indivíduos, seja a exploração sexual, laboral ou atentados à integridade física. Na sua intervenção, numa iniciativa da Conferência dos Institutos Religiosos de Portugal , Rui Marques reconheceu as dificuldades do sistema judicial em condenar os responsáveis das redes de tráfico, que se escudam em mecanismos legais para protelar as decisões.
Na sua opinião, o tráfico de pessoas “representa uma das situações mais repugnantes de exploração da dignidade humana e é uma forma de escravatura do século XXI”, considerou.
Nesse sentido, em 2007, Portugal aprovou um Plano Nacional de Combate ao Tráfico de Pessoas que além de dar mais meios às autoridades para investigar, cria o conceito de “tolerância zero para os traficantes e apoio total às vítimas de tráfico”. “É um plano que está a começar e que representa uma ferramenta muito importante para que se combata esta realidade”, acrescentou, considerando que é “dramática esta experiência de ser escravo desta rede que a explora do ponto de vista sexual ou laboral ou mesmo tráfico de órgãos”. Para Rui Marques, o trabalho das instituições da igreja é “insubstituível” porque são, em muitos casos, os “verdadeiros actores intervenientes no terreno”.
Em resposta a este desafio do alto-comissário para a Imigração e Minorias Étnicas, a irmã Júlia Barroso, da Conferência dos Institutos Religiosos de Portugal , reafirmou o empenho da Igreja neste problema, que levou muitas instituições a alterarem a sua vocação para dar um apoio mais directo às vítimas.








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