FUNDAÇÃO MIGRANTES DA CONFERÊNCIA EPISCOPAL ITALIANA APRESENTA MENSAGEM DO PAPA PARA
O DIA MUNDIAL DO MIGRANTE E DO REFUGIADO-2008
Roma, 09 jan (RV) - "Os jovens migrantes: recurso e provocação": esse é o título
com o qual a Fundação Migrantes, da Conferência Episcopal Italiana, apresentou, na
manhã desta quarta-feira, a Mensagem de Bento XVI para o Dia Mundial do Migrante e
do Refugiado-2008, que se celebrará no próximo domingo, 13 de janeiro.
No
Brasil o Dia Nacional do Migrante, este ano, vai ser celebrado em 22 de junho.
A
Caritas informa num relatório, que existem 28 milhões de migrantes na União Européia
e 3 milhões 690 mil só na Itália. A eles é dedicada a edição deste ano do Dia Mundial
do Migrante e do Refugiado, para o qual o papa escreveu uma mensagem, divulgada em
28 de novembro de 2007.
No texto, Bento XVI explica que o vasto processo de
globalização em andamento no mundo traz consigo uma exigência de mobilidade, que estimula
também numerosos jovens a emigrarem e a viverem longe de suas famílias e de seus países.
Como conseqüência, muitas vezes quem abandona o próprio país é a juventude dotada
dos melhores recursos intelectuais, enquanto nos países que recebem a massa migratória
estão em vigor normativas que tornam difícil sua efetiva inserção. Por isso _ afirma
o pontífice _ a Igreja Católica dedica muitos de seus recursos para ajudar essas pessoas
em dificuldades.
Para o Santo Padre, é muito sentida entre os jovens migrantes,
a problemática constituída pela chamada "dificuldade da dupla pertença": por um lado,
eles sentem profundamente a necessidade de não perder a cultura de origem; por outro,
existe o desejo _ compreensível _ de se inserir organicamente na sociedade que os
recebe, sem que isso, contudo, leve a uma perda das tradições ancestrais.
O
papa recorda que, entre os jovens, se encontram também meninas e moças, mais facilmente
vítimas da exploração, de chantagens morais e até de abusos de todos os gêneros, e
menores não acompanhados. "Esses jovens, com freqüência, acabam nas ruas, deixados
a si mesmos e à mercê de exploradores sem escrúpulos que, muitas vezes, os transformam
em objeto de violência física, moral e sexual" _ recorda Bento XVI.
No âmbito
dos migrantes forçados, dos refugiados e das vítimas do tráfico de seres humanos "vemos,
infelizmente, também muitas crianças e adolescentes" _ diz o papa. A esse propósito,
Bento XVI afirma que é impossível não reagir diante das imagens perturbadoras dos
grandes campos de refugiados, existentes em diversas partes do mundo. (BF/JD/AF)