ROMA: CARDEAL RODÉ PRESIDE SANTA MISSA INAUGURAL DA 35ª CONGREGAÇÃO GERAL DA COMPANHIA
DE JESUS
Roma, 07 jan (RV) – Foi presidida pelo prefeito da Congregação para os Institutos
de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica, Cardeal Franc Rodé, esta manhã,
na Igreja de Jesus, no centro histórico de Roma, a missa de inauguração da 35ª Congregação
Geral da Companhia de Jesus, com a presença de mais de 200 sacerdotes.
A Congregação
Geral elegerá o novo prepósito-geral jesuíta, que substituirá, no cargo, Pe. Peter-Hans
Kolvenbach. A reunião _ que pode durar até mais de um mês _ segue as normas estabelecidas
pelo fundador da Companhia de Jesus, Santo Inácio de Loyola.
Em sua homilia,
o Cardeal Franc Rodé, reafirmou "em espírito de fé", "o tradicional vínculo de amor
e serviço que une a "Companhia de Jesus ao Pontífice", assim como o quarto voto dos
jesuítas (para além dos votos de pobreza, obediência e castidade), de obediência total
e pessoal ao papa.
O cardeal falou sobre a necessidade de a Igreja enfrentar,
com a mudança dos tempos, "as novas e urgentes necessidades (...), entre elas, a de
apresentar aos fiéis e ao mundo, a autêntica verdade revelada na Escritura e na Tradição".
O
cardeal convidou ainda, os jesuítas, a uma tomada de posição de vanguarda, para "transmitir
a verdade eterna ao mundo de hoje, com uma linguagem atual".
"Não abandonem
este desafio" _ exortou o Cardeal Rodé. "Trata-se de uma tarefa difícil, incômoda,
e de risco (...) mas é uma tarefa necessária à Igreja, e é parte de sua missão. Os
compromissos apostólicos exigidos pela Igreja são muitos, mas todos têm um denominador
comum: o instrumento que os realizam devem, de acordo com uma frase inaciana, ser
um instrumento unido em Deus"_ concluiu o cardeal.
Logo após a missa de abertura
da 35ª Congregação Geral da Companhia de Jesus, Pe. Kolvenbach, que obteve autorização
de Bento XVI para renunciar a seu cargo de prepósito-geral da Companhia, se dirigiu
ao altar onde são conservadas as relíquias de Santo Inácio de Loyola, e acendeu o
lume que será apagado somente ao término dos trabalhos da Congregação Geral.
Em
entrevista à Rádio Vaticano e ao jornal "L'Osservatore Romano", Pe. Kolvenbach disse,
comentando a eleição de seu sucessor...
Pe. Peter-Hans Kolvenbach:-
"A luz-guia da Congregação Geral será necessariamente a escolha do novo superior geral.
Escolhendo um ou outro, entre milhares de jesuítas capazes de se tornar superior-geral,
a Companhia diz o que espera para seu futuro: um profeta ou um sábio, um inovador
ou um moderador, um contemplativo ou um ativo, um homem de vanguarda ou um homem de
união? De fato, a Congregação se inicia com uma avaliação da sua atual situação, com
um discernimento sobre o que são luzes e, principalmente, sombras, no serviço da Companhia
à Igreja e ao mundo. É dessa avaliação que deve iniciar a luz-guia: eis o jesuíta
de que precisamos para progredir no caminho de Deus."
Em sua entrevista, Pe.
Kolvenbach falou também, sobre a missão do jesuíta...
Pe. Peter-Hans Kolvenbach:-
"O jesuíta é essencialmente um homem de missão. Uma missão que ele recebe do Santo
Padre e dos superiores, mas, em última análise, do Senhor Jesus, enviado do Pai. Os
jesuítas desejam continuar entre os homens e mulheres do nosso tempo, sobretudo, onde
há mais necessidade. Isso comporta uma presença nas fronteiras que, um tempo, eram
principalmente fronteiras geográficas da cristandade e, hoje, são especialmente fronteiras
entre o Evangelho e a cultura, entre a fé cristã e a ciência, entre Igreja e a sociedade,
entre a Boa Nova e um mundo perturbado e desorganizado. De acordo com as exigências
dessa missão, haverá sempre, uma incrível variedade de escolha e de obras apostólicas,
mas em todas, estarão reunidas estas três responsabilidades: anunciar a palavra de
Deus, partilhar a vida de Cristo e testemunhar a caridade que o Espírito solicita
e alimenta." (EP/AF)