PAQUISTÃO: "MORTE DE BENAZIR BHUTTO ÚNE CRISTÃOS E MUÇULMANOS"
Faisalabad, 04 jan (RV) - Dom Joseph Coutts, Bispo de Faisalabad, no Paquistão,
considera que a morte da ex-primeira-ministra Benazir Bhutto juntou cristãos e muçulmanos
na dor sentida, renovando esperanças para uma Igreja sempre ameaçada pela intolerância
religiosa.
“As pessoas sentiram a perda de Benazir Bhutto como uma tragédia
pessoal, por ter sido tão brutalmente assassinada”, assinala o Bispo de Faisalabad,
que esteve em Portugal a convite da Fundação Ajuda à Igreja que Sofre.
O prelado
falou de níveis de cooperação “sem precedentes” entre os fiéis das duas religiões,
incluindo orações conjuntas em memória de Bhutto, na província oriental de Punjab.
Os cristãos são uma minoria de 3% num país que é cada vez mais dominado por
extremistas muçulmanos. Em declarações à Ajuda a Igreja que Sofre, Dom Coutts sublinhou
o profundo choque da população perante o assassinato da líder do Partido do Povo Paquistanês.
Esta situação ajudou, contudo, a superar algumas tensões religiosas, esperando-se
que as mesmas não recrudesçam durante o período de campanha eleitoral. As eleições
legislativas no Paquistão, previstas inicialmente para 8 de Janeiro, foram adiadas
para 18 de Fevereiro.
Às diversas iniciativas conjuntas que têm acontecido
desde 27 de Dezembro, dia da morte de Bhutto, junta-se um comunicado da Comissão Nacional
Justiça e Paz do Paquistão, pedindo “calma e um melhor sistema de segurança”. Estas
preocupações estão entre as prioridades da Igreja Católica no Paquistão, em especial
depois de uma onda de ataques contra cristãos e seus edifícios, no ano passado. (SP)