"O Natal recorda-nos que Deus nunca nos abandona": Bento XVI visitando a Casa de acolhimento das Irmãs de Madre Teresa, no Vaticano

(4/1/2008) Danças indianas e uma grinalda de flores vermelhas para o Papa: à sua chegada à casa “Dom de Maria”, das irmãs de Madre Teresa, no recinto da cidade do Vaticano, Bento XVI foi acolhido, nesta sexta-feira de manhã, com uma dança de boas-vindas executada, segundo a tradição indiana, por um grupo de noviças. E foi-lhe colocada ao peito uma grinalda de flores.
Tratou-se da primeira saída pública do Papa, neste novo ano de 2008, para visitar esta obra de caridade fundada em Maio de 1988, por vontade conjunta de João Paulo II e de Madre Teresa de Calcutá.

Na casa que acolhe mulheres em dificuldade e dá apoio a todo o tipo de necessitados, Bento XVI foi saudado pela Superiora Regional das Missionárias da Caridade, Irmã Maria Pia, e pela responsável da comunidade, Irmã Agnès-Marie.
Foi no refeitório das mulheres, no interior da Casa, que o Papa tomou a palavra, recordando que ao longo dos anos em que era Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé diversas vezes visitou esta comunidade, podendo assim apreciar – disse – “o generoso serviço de caridade evangélica” aqui prestado por estas Irmãs desde há quase 20 anos, com a ajuda e colaboração de tantas pessoas de boa vontade. Bento XVI teve palavras de apreço pelo “estilo de dócil disponibilidade típico” das Irmãs de Madre Teresa, e evocou “aquela mesma paixão por Cristo e aquele luminoso sorriso de Deus que animaram a existência de Madre Teresa”

“Madre Teresa costumava dizer que é Natal cada vez que nós permitimos a Jesus amar os outros através de nós. O Natal é mistério de amor, o mistério do Amor. O tempo natalício, propondo à nossa contemplação o nascimento de Jesus em Belém, mostra-nos a infinita bondade de Deus que, fazendo-se Menino, quis vir ao encontro da nossa pobreza e da solidão dos homens; aceitou habitar no meio de nós, partilhando as nossas dificuldades de cada dia; não hesitou em tomar sobre si, juntamente connosco, o peso da existência, com suas fadigas e preocupações”.

Bento XVI observou ainda que Jesus “nasceu por nós, para ficar connosco e oferecer a todos os que lhe abrem a porta do seu coração, o dom da alegria d’Ele, da sua paz, do seu amor”. “Nascendo numa gruta, porque não havia espaço para Ele noutro lugar, Jesus conheceu os incómodos e dificuldades que experimentam muitos de vós”.

“O Natal ajuda-nos a compreender que Deus nunca nos abandona e sempre vem ao nosso encontro, protege-nos e preocupa-se com cada um de Nós, porque cada pessoa, sobretudo os mais pequenos e indefesos, são preciosos aos seu olhos de Pai rico em ternura e misericórdia”.