DECISÕES DE GOVERNOS LATINO-AMERICANOS DEIXAM EPISCOPADO OTIMISTA
Caracas, 04 jan (RV) – O Episcopado latino-americano manifesta otimismo com
decisões governamentais na região: pesquisa de opinião na sociedade cubana e decreto
de anistia na Venezuela.
O cardeal-arcebispo de Caracas, Jorge Liberato Urosa
Savino, comentou o decreto de anistia assinado pelo presidente Hugo Chávez, em 31
de dezembro, que favorece algumas pessoas processadas pelo golpe de Estado de 2002.
"Acredito que é um passo avante, na linha da reconciliação em que tanto insistimos
nós, os bispos venezuelanos" _ disse o Cardeal Urosa Savino, ao término da santa missa
de 1º de janeiro, solenidade de Maria Santíssima, Mãe de Deus.
Segundo o cardeal,
a decisão de Chávez "é uma medida que vai aliviar tensões e dar liberdade a um grande
número de venezuelanos, tanto os que foram beneficiados pela Lei de Anistia quanto
os que foram beneficiados pelo indulto presidencial, além dos que estão presos por
delitos comuns".
O cardeal-arcebispo de Havana, Jaime Lucas Ortega y Alamino,
por sua vez, considerou um "passo promissor, que gera expectativas" o fato de o governo
cubano ter solicitado que todos os setores da sociedade se expressassem sobre a realidade
do país.
Durante a celebração do Dia Mundial da Paz, o Cardeal Ortega y Alamino
recordou que a sociedade cubana expressou "uma grande quantidade de críticas, queixas
e propostas baseadas na necessidade de mudanças, inclusive estruturais, na organização
e desenvolvimento da vida nacional".
Na realidade, a mensagem de Natal da Conferência
Episcopal Cubana já se referia ao convite do governo de Fidel Castro. Quando "surgem
tantas expectativas a respeito de mudanças necessárias que possam melhorar e transformar
a vida nacional" _ assinala a mensagem natalina _ a Igreja se declara participante
"dessa espera, e oferece sua oração e sua contribuição, para que se encontrem soluções
reais e eficazes que favoreçam caminhos de esperança".
Na ocasião, o cardeal
criticou o governo cubano, alertando para possíveis leis que permitam um "falsamente
chamado matrimônio" entre pessoas do mesmo sexo, além de citar a alarmante situação
da "numerosa emigração de jovens" e da redução do índice de natalidade. (EP/AF)