Gênova, 03 jan (RV) - O presidente da Conferência Episcopal Italiana, Dom Angelo
Bagnasco, arcebispo de Gênova, não autorizou a celebração da santa missa em dialeto
genovês, por ocasião da Epifania. Trata-se da tradicional missa no santuário de Boscheto,
nessa cidade italiana. Com a proibição da celebração dialetal, a cerimônia não se
realizará.
O rito, celebrado a cada dia 6 de janeiro, era oficiado em latim,
e as leituras, as intenções dos fiéis e a homilia eram feitos em dialeto local.
O
vice-presidente da "La compagna", uma associação italiana que defende as tradições
e os dialetos, disse, em entrevista ao jornal "Corriere della sera", não entender
o motivo da proibição.
De acordo com a Santa Sé, a liturgia não admite línguas
não reconhecidas. E o dialeto não é uma língua, afirma Mons. Ruggero Dalla Mutta,
da Cúria de Gênova. Isso é aplicado tanto para o dialeto genovês quanto para outros
vernáculos. Nada impede, porém, que os cantos das celebrações sejam realizados em
dialeto.
Antes do veto, o santuário de Boscheto, de Gênova, realizava cinco
ou sei celebrações anuais em dialeto, com a autorização do Cardeal Tarcisio Bertone,
então arcebispo de Gênova. (EP/AF)