2008-01-02 15:07:46

África, nova crise politica. No Quénia, já centenas de mortos e milhares de deslocados em cinco dias de violência


(2/1/2008) A União Europeia (UE) e os Estados Unidos da América (EUA) apelam às forças em confronto no Quénia para que ponham termo às lutas étnicas,, na sequência da publicação dos resultados das polémicas eleições gerais de 27 de Dezembro passado.
Várias dezenas de pessoas foram queimadas vivas numa igreja de Eldoret, no Oeste do Quénia, quando ali procuravam refúgio. As vítimas, entre 30 a 50, segundo as fontes, eram sobretudo mulheres e crianças. Os cadáveres carbonizados foram descobertos ontem e, de acordo com a Cruz Vermelha queniana, o cenário é "inimaginável e indescritível". Trata-se, de facto, do episódio mais chocante em seis dias de violência.
Os confrontos registados desde 27 de Dezembro, data das eleições, saldam-se já em quase 300 mortos e 70 mil deslocados. As relações inter-étnicas são frágeis no Quénia, país com 34 milhões de habitantes, podendo a situação agravar-se caso não seja posto um travão aos apoiantes da oposição e do actual poder. Os partidários de Raila Odinga, do Movimento Democrático Laranja, denunciaram fraudes eleitorais que deram a vitória, por 200 mil votos, ao actual chefe do Estado Mwai Kibaki.
A existência de irregularidades foi reforçada pela missão de observadores da União Europeia - que já exigiu um inquérito independente. Os EUA, por seu lado, retiraram as felicitações enviadas ao líder queniano e condenaram a violência.
Fortemente pressionado pela comunidade internacional nos últimos dias, Kibaki, de 76 anos, emitiu ontem um comunicado em que convida os partidos políticos a reunirem-se e a apelarem à calma.
Imagens aéreas revelam terem sido queimadas centenas de casas e palhoças. Existem também inúmeras barreiras levantadas ao longo das estradas.










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