2008-01-02 15:08:00

No Paquistão, eleições adiadas para 18 de Fevereiro


(2/1/2008) A comissão eleitoral que controla as eleições legislativas e provinciais paquistanesas anunciou que a realização da votação é "impossível" dia 8, na sequência do atentado que vitimou a ex-primeira-ministra e candidata do Partido do Povo do Paquistão (PPP), Benazir Bhutto, e decidiu adiá-la para 18 de Fevereiro. O anuncio foi dado nesta quarta feira durante uma conferencia de imprensa pelo presidente da comissão eleitoral.
Nos motins que se seguiram à morte de Benazir, 40 escritórios da comissão eleitoral foram vandalizados. A violência fez 58 mortos e foi especialmente grave na província de Sindh, no Sul, a zona onde o PPP tem maior influência política. Os partidos democráticos são contra o adiamento das eleições.
A única potência nuclear no mundo muçulmano, o Paquistão vive há meses em situação de grande instabilidade. Embora os tumultos tenham parado, a indignação pela morte de Benazir não desapareceu e Musharraf é o alvo das críticas.
Nestas eleições, Musharraf tenta garantir a própria sobrevivência política. Reeleito em Outubro pelo Parlamento (que resulta de eleições manipuladas), o Presidente teve de abandonar a chefia do exército e faz depender o seu futuro do resultado do partido no poder, a Liga Muçulmana Quaid (PNL-Q) cujo resultado ameaça ser decepcionante. A instabilidade reflecte-se na economia. A bolsa de Carachi está em queda. Na segunda-feira, o índice perdeu 4,7% e ontem tombou mais 3%, perante uma expectativa generalizada de adiamento das eleições, decisão susceptível de alimentar a crise.








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