2008-01-01 07:34:51

“Défice de esperança e de confiança na vida, mal obscuro da moderna sociedade ocidental”, salientou Bento XVI na homilia por ocasião do "Te Deum" de fim de ano.


(31/12/2007) Bento XVI considera que “também em Roma se adverte aquele défice de esperança e de confiança na vida que constitui o mal obscuro da moderna sociedade ocidental”. Na homilia das I Vésperas da solenidade de Santa Maria Mãe de Deus, ao fim da tarde do último dia do ano, na basílica de São Pedro, o Papa convidou, por isso, a “pedir ao Senhor que faça de cada um… um autêntico fermento de esperança nos diferentes meios”.

Fazendo notar que a liturgia faz coincidir a festa de Maria Mãe de Deus com o início do ano solar, Bento XVI comentou a leitura breve desta celebração de I Vésperas, da Carta aos Gálatas: “Ao chegar a plenitude dos tempos, Deus enviou o seu Filho, nascido de uma mulher”.
“Na mulher – observou o Papa – a Igreja contempla os traços de Maria de Nazaré, mulher singular porque chamada a realizar uma missão que a coloca em estreitíssima relação com Cristo… relação absolutamente única, porque Maria é a Mãe do Salvador… e mãe nossa… porque ela partilhou a missão do Filho, por nós, homens, e para nossa salvação”.

“Contemplando-a, a Igreja reconhece nela os traços da sua própria fisionomia: Maria vive a fé e a caridade; Maria é uma criatura, também ela salva pelo único Salvador; Maria colabora na iniciativa de salvação de toda a humanidade. Maria constitui assim para a Igreja a própria imagem mais autêntica… na qual a Comunidade eclesial deve redescobrir sempre de novo o verdadeiro sentido da sua vocação e do seu mistério”.

Mas “Deus enviou o seu Filho” – escreve ainda Paulo – “para… nos tornar seus filhos adoptivos”. “o Verbo incarnado transforma, a partir de dentro, a existência humana, participando a nós o seu ser Filho do Pai. Fez-se como nós para fazer-nos como Ele: filhos no Filho, livres da lei do pecado”. É este, para Bento XVI, o motivo fundamental para elevar a Deus “acção de graças”, o Te Deum do fim de ano, em que se canta, nomeadamente “Socorre Senhor os teus filhos, que redimiste com o teu precioso sangue”.

“É esta a nossa oração, nesta tarde: Socorre - nós te pedimos, Senhor – com a tua misericórdia os habitantes da nossa Cidade, na qual, como noutras partes, graves carências e pobrezas pesam sobre a vida das pessoas e das famílias, impedindo-as de encarar com confiança o futuro”.

Bento XVI recordou com preocupação a “profanação do corpo” e a “banalização da sexualidade” que atraem “muitos, sobretudo jovens”. E referiu também outros “desafios que interpelam os crentes e os homens de boa vontade”, como o consumismo e o secularismo. Foi neste contexto, que o Papa afirmou que “também em Roma se adverte aquele défice de esperança e de confiança na vida que constitui o mal obscuro da moderna sociedade ocidental”.

Evocando, a concluir, a sua recente Encíclica “Spe salvi”, o Santo Padre recordou que – citamos – “a nossa esperança é sempre esperança para os outros, e só assim ela é verdadeira esperança para cada um de nós”.

“Peçamos ao Senhor que faça de cada um de nós um autêntico fermento de esperança nos vários campos, para que se possa construir para toda a cidade um futuro melhor”.








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