Defesa da familia, homem-mulher, é o primeiro empenho para a paz, que não é só fruto
de acordos politicos: Bento XVI na homilia da Missa deste dia 1 de Janeiro.
(1/1/2008) Na homilia da Missa, recordando a comemoração, a 1 de Janeiro, do Dia
Mundial da Paz, o Papa evocou a bênção referida na primeira leitura, do Livro dos
Números: “o Senhor te conceda paz”.
“O Senhor dê paz a cada um de vós, às
vossas famílias, ao mundo inteiro. Todos aspiramos a viver na paz, mas a verdadeira
paz, anunciada pelos anjos na noite de Natal, não simples conquista do homem ou fruto
de acordos políticos; é antes de mais dom divino a implorar constantemente e, ao mesmo
tempo, empenho a concretizar com paciência, sempre dóceis ao mandamento do Senhor”.
No ano em que se celebram o sexagésimo aniversário da “Declaração Universal
dos Direitos do Homem”, o quadragésimo da instituição desta Jornada Mundial e o vigésimo
quinto da “Carta dos Direitos da Família” adoptado pela Santa Sé, o Santo Padre, recordando
o tema escolhido para este Dia Mundial da Paz – “Família humana, comunidade de paz”,
o Santo Padre dirigiu a todos um convite:
“Convido cada homem e cada mulher
a assumirem consciência mais lúcida da pertença comum à única família humana e a empenharem-se
para que a convivência na terra reflicta cada vez mais esta convicção, da qual depende
a instauração de uma paz autêntica e duradoura”.
Recordando que foi o Papa
Paulo VI a transferir para este primeiro dia do ano a festa da Divina Maternidade
de Maria, que dantes caía a 11 de Outubro, Bento XVI observou que “o título de Mãe
de Deus é, juntamente com o de Santa Virgem, o mais antigo e o fundamento de todos
os outros títulos com que Nossa Senhora foi e continua a ser venerada de geração em
geração, no Oriente e no Ocidente”. E convidou a contemplar Maria, “mãe sempre virgem
do Filho unigénito do Pai”, aprendendo com ela a “acolher o Menino que para nós nasceu
em Belém” e reconhecendo nele “o Filho eterno de Deus”, “o nosso único Salvador”.
A concluir, uma referência ainda ao Evangelho do dia, quando sublinha que
Maria meditava no seu coração, em silêncio, os acontecimentos em que Deus a tinha
envolvido. O Papa observou que a palavra grega usada significa literalmente, “juntar”
(pôr em conjunto) e leva a pensar num “grande mistério que há que descobrir pouco
a pouco”. Há-de ser “na escola de Maria” que se poderá “captar com o coração aquilo
que os olhos e a mente por si só não conseguem advertir nem podem conter”…
“Queridos
irmãos e irmãs, só conservando no coração, isto é, juntando os diversos elementos
e encontrando a unidade de tudo o que vivemos podemos penetrar, seguindo Maria, no
mistério de um Deus que, por amor, se fez homem e nos chama a segui-lo no caminho
do amor. Amor que há que traduzir cada dia num generoso serviço aos irmãos”.