HÁ 40 ANOS PAULO VI ESCREVIA A PRIMEIRA MENSAGEM PARA O DIA MUNDIAL DA PAZ
Cidade do Vaticano, 31 dez (RV) - Em seu editorial semanal, o Padre Federico
Lombardi, diretor da Rádio Vaticano e da Sala de imprensa da Santa Sé, comentou a
primeira mensagem de um Papa para o Dia Mundial da Paz, 1º de janeiro. Padre Lombardi
falou da mensagem do Papa Paulo VI, escrita há 40 anos.
"Em Dezembro de 1967
- recorda Padre Lombardi - Paulo VI fazendo-se interprete das aspirações dos povos,
dos governantes, das instituições internacionais e dos movimentos políticos e sociais
que fazem da paz o seu ideal, publicava uma Mensagem para exortar todos os homens
de boa vontade a celebrar no mundo inteiro, o dia da Paz, em 1º de Janeiro, primeiro
dia do ano civil".
Padre Lombardi afirma que o Papa insistia que, "a iniciativa
não queria qualificar-se como exclusivamente nossa, religiosa, isto é católica, mas
desejava encontrar a adesão de todos os verdadeiros amigos da paz, como se fosse sua
própria iniciativa". Segundo Padre Lombardi, "a Igreja católica deseja simplesmente
lançar a idéia e chamar os seus filhos ao empenho pela paz".
O Padre Lombardi
relembra as diversas situações que o mundo vivia na ocasião da publicação da mensagem
de Paulo VI. Segundo ele, o "mundo encontrava-se dilacerado": "em 1967 iniciavam os
bombardeios do Vietnã e acontecia a 'guerra dos seis dias'; em 1968 teríamos a 'Primavera
de Praga' e as agitações de Maio. O convite de Paulo VI teve uma enorme ressonância
no mundo: atingira o alvo de uma grande expectativa, encontrara a maneira de dar continuidade
ao espírito da 'Pacem in Terris', de João XXIII e da Gaudium et Spes do Vaticano II".
O
diretor da Rádio Vaticanoi explica que, "durante 40 anos pontualmente os Papas relançaram
esta mensagem desenvolvendo-a sob inumeráveis aspectos: da educação ao desarmamento
e à política internacional, da espiritualidade ao direito, da economia à salvaguarda
do ambiente".
"Um corpus vastíssimo de reflexão e de doutrina, um convite
premente ao diálogo, à conversão e ao perdão. Um serviço de imenso valor para a causa
da paz", afirma Padre Lomardi.
"Infelizmente o mundo continua a sofrer por
causa do ódio, da violência, do terrorismo e da guerra". Diariamente ouvimos notícias
de morte. Precisamente por isso haverá sempre necessidade de palavras de paz. A
Igreja e o Papa, continuarão com constância a dar a sua contribuição. Como nos recordou
Bento XVI, sustenta-nos uma esperança mais forte do que o ódio e a morte", finaliza
Padre Lombardi. (SP-JD)