(29/12/2007) Em Dezembro de 1967 Paulo VI fazendo-se interprete das aspirações dos
povos, dos governantes, das instituições internacionais e dos movimentos políticos
e sociais que fazem da paz o seu ideal, publicava uma Mensagem para exortar todos
os homens de boa vontade a celebrar o dia da Paz no mundo inteiro a 1 de Janeiro,
primeiro dia do ano civil. O Papa insistia que a iniciativa não queria qualificar-se
como exclusivamente nossa, religiosa, isto é católica, mas desejava encontrar a adesão
de todos os verdadeiros amigos da paz, como se fosse uma sua própria iniciativa, e
exprimir-se em formas livres. A Igreja católica deseja simplesmente lançar a ideia
e chamar os seus filhos ao empenho pela paz.. Então o mundo encontrava-se dilacerado:
em 1967 iniciavam os bombardeamentos do Vietname e acontecia a “guerra dos seis dias”,
em 1968 teríamos a “Primavera de Praga” e as agitações de Maio….O convite de Paulo
VI teve uma enorme ressonância no mundo: atingira o alvo de uma grande expectativa,
encontrara a maneira de dar continuidade ao espírito da “Pacem in Terris”, de João
XXIII e da Gaudium et Spes do Vaticano II. Durante 40 anos pontualmente os Papas
relançaram esta mensagem desenvolvendo-a sob inumeráveis aspectos: da educação ao
desarmamento e á politica internacional, da espiritualidade ao direito, da economia
á salvaguarda do ambiente. Um corpus vastíssimo de reflexão e de doutrina, um
convite premente ao diálogo, á conversão e ao perdão. Um serviço de imenso valor para
a causa da paz. Infelizmente o mundo continua a sofrer por causa do ódio, da violência,
da terrorismo e da guerra. Diariamente ouvimos noticias de morte. Precisamente por
isso haverá sempre necessidade de palavras de paz. A Igreja, o Papa, continuarão
com constância a dar o seu contributo. Como nos recordou Bento XVI sustenta-os uma
esperança mais forte do que o ódio e a morte.