CHINA: PRESIDENTE DIZ QUE APÓIA "LIBERDADE RELIGIOSA" EM ENCONTRO INÉDITO SOBRE O
TEMA
Pequim, 20 dez (RV) – O governo chinês declarou que o país apóia a "liberdade
religiosa" e se propôs a "a ajudar os fiéis de todas as religiões que estiverem em
dificuldades".
As declarações foram feitas pelo presidente Hu Jintao, durante
uma inédita "sessão de estudos" do Partido Comunista da China, sobre o tema "religião".
O depoimento foi interpretado como um sinal para a Santa Sé, que não mantém relações
diplomáticas com a China desde 1951, ano em que o núncio apostólico no país passou
a ser considerado "persona non grata", transferindo-se para Taiwan.
O líder
da Associação Católica Patriótica, órgão controlado pelo governo chinês, fez votos
de o Vaticano "entenda que a China é a favor da liberdade religiosa".
Apesar
dessa declaração em defesa à liberdade religiosa, ocorrem na China numerosas pressões
e perseguições contra fiéis e membros do clero. Os fiéis, sacerdotes e bispos que
reconhecem a autoridade do papa e da Igreja de Roma, são considerados como membros
da "Igreja Católica clandestina", pelo governo chinês.
A agência missionária
de notícias AsiaNews informa que muitos católicos "clandestinos" não poderão participar
da santa missa, neste Natal, pois seus bispos e sacerdotes se encontram sob regime
de prisão domiciliar.
Para essas pessoas, o único modo de celebrar o nascimento
de Jesus é através das transmissões da Rádio Vaticano. "A falta de sacerdotes e de
liberdade em muitas regiões da China _ informa a AsiaNews _ faz com que muitos empreendam
viagens de até 50 km, para participar da Missa do Galo."
Estima-se que, na
China, haja quatro milhões de católicos "oficiais", membros da Associação Católica
Patriótica, reconhecida pelo governo. Enquanto isso, a Igreja Católica na clandestinidade
contra pelo menos o dobro de fiéis. (EP/AF)