CORDIALIDADE EM DESTAQUE NA AUDIÊNCIA CONCEDIDA PELO PAPA A PRESIDENTE FRANCÊS

Cidade do Vaticano, 20 dez (RV) - Bento XVI encontrou-se, na manhã desta quinta-feira, um encontro privado, de 25 minutos, com o presidente francês, Nicolas Sarkozy.

O encontro se desenrolou num clima de grande cordialidade, a partir das primeiras palavras de Sarkozy ao papa: "Santidade, o senhor fala realmente um ótimo francês!"

Depois da conversa, a portas fechadas, houve a habitual troca de presentes: o presidente francês doou ao pontífice três livros: uma edição especial, encadernada em vermelho, de seu livro de reflexões sobre a fé e a laicidade, intitulado "A república, as religiões e a esperança", escrito com o filósofo Thibaud Collin e com o dominicano Philippe Verdin, este último também presente na audiência, e dois livros do escritor católico Georges Bernanos, em edição antiga _ todos muito apreciados por Bento XVI.

No final da audiência, o papa recebeu a delegação que acompanha Sarkozy em sua visita à Itália: Pe. Guy Gilbert, conhecido na França como o "padre dos roqueiros", cuja longa cabeleira grisalha contrastava com o ambiente austero da ocasião, o comediante Jean-Marie Bigard, e o historiador Max Gallo.

A Sala de Imprensa da Santa Sé divulgou _ como habitualmente _ uma declaração oficial após o encontro. Segundo seu diretor, Pe. Federico Lombardi, os temas discutidos entre o papa e Sarkozy foram "a atual situação da França e suas boas relações com a Igreja, o papel das religiões, principalmente católica, e os pontos "quentes" da política internacional, da África e do Oriente Médio".

Além disso, foi abordado o "drama dos reféns" _ questão particularmente delicada para os franceses, preocupados com as últimas notícias provenientes da Colômbia, sobre a eventual libertação da política franco-colombiana, Ingrid Bettancourt.

Após o encontro com o pontífice e, logo a seguir, com o cardeal secretário de Estado, Tarcisio Bertone, Sarkozy visitou a Basílica de São Pedro e a cripta vaticana, onde se encontram os túmulos de vários pontífices. Ali, o presidente francês se deteve, por alguns minutos, diante do túmulo do papa Karol Wojtila, João Paulo II.

Esta tarde, Nicolas Sarkozy toma posse, no Cabido da Basílica de São João de Latrão, do título de Cônego Honorário. Trata-se de um privilégio concedido, em 1604, ao rei Henrique IV e que perdura até hoje. A cerimônia de posse será precedida da celebração eucarística anual pela França, presidida pelo cardeal vigário do papa para a Diocese de Roma. Após a posse, está previsto um discurso do presidente francês.

Sarkozy chegou esta manhã a Roma, e sua agenda inclui audiências com o presidente da Itália, Giorgio Napolitano, com o premier Romano Prodi e com o chefe de Governo da Espanha, José Luis Zapatero. (CM/AF)