ARCEBISPO MIGLIORE PEDE MUNDO ADEQUADO PARA AS CRIANÇAS
Nova York, 19 dez (RV) – O observador permanente da Santa Sé na ONU, Dom Celestino
Migliore, fez um pronunciamento perante a Assembléia Geral da ONU, em Nova York, reivindicando
um mundo no qual "as crianças possam ser crianças".
A assembléia foi convocada
para analisar os progressos no compromisso de criar um mundo adequado para as crianças,
compromisso aprovado na sessão especial dedicada pela ONU à infância, em 2002.
"A
Convenção dos Direitos da Infância continua sendo o texto-padrão na defesa dos direitos
das crianças" _ disse o representante vaticano, referindo-se ao texto aprovado na
Assembléia Geral de 1989, que inclui princípios fundamentais, como os direitos antes
e depois do nascimento, a família como ambiente natural para o crescimento e a educação,
assim como o direito da criança a uma melhor atenção à saúde e à educação.
Na
convicção de que a educação é a base do desenvolvimento da criança, a Igreja Católica
_ recordou o arcebispo _ mantém, atualmente, mais de 250 mil instituições de ensino,
em todos os continentes, com 42 milhões de estudantes e três milhões e meio de professores.
O
compromisso da Santa Sé em favor das crianças _ acrescentou Dom Celestino Migliore
_ reflete-se também na grande quantidade de atividades que a Igreja sustenta, no setor
da saúde.
A defesa das crianças e de suas famílias, por parte da Igreja, no
que diz respeito ao impacto do HIV, é patente, nas milhares de instituições engajadas
na assistência aos soropositivos e na educação dos órfãos, em campanhas de prevenção
e conscientização, na distribuição de antibióticos, na assistência à saúde e na alimentação
básica, na prevenção da transmissão viral mãe-filho, na luta contra a estigmatização
e no fazer com que as pessoas portadoras do HIV sejam protagonistas na batalha contra
a pandemia.
Em relação ao flagelo do HIV, o prelado convidou a não esquecer
que as políticas de saúde enfrentam também, doenças mortais como a malária e a tuberculose.
E um desafio ainda mais importante _ denunciou _ é a impossibilidade de acesso _ das
crianças e das mães _ à assistência de saúde básica e aos serviços higiênicos, que
são uma das necessidades humanas fundamentais mais desatendidas. Os esforços internacionais
nesse campo _ sublinhou o arcebispo _ foram pouco enérgicos, e as crianças são as
primeiras vítimas dessa situação inaceitável.
Diante desse quadro _ concluiu
Dom Migliore _ a delegação vaticana espera que os compromissos renovados ou assumidos
nesta Assembléia Plenária da ONU, não sejam meras declarações de boas intenções ou
objetivos pelos quais aspirar, mas sim empenhos a serem mantidos. (CM/AF)