O presépio da Praça de São Pedro, este ano com uma originalidade: a tradicional representação
do nascimento de Jesus no ambiente da gruta de Belém, muda-se para a casa de São José,
em Nazaré.
(14/12/2007) O presépio da Praça de São Pedro, no Vaticano, abandona este ano a tradicional
representação do nascimento de Jesus no ambiente da gruta de Belém e muda-se para
a casa de São José, em Nazaré. Esta decisão tem como justificação uma passagem
do Evangelho de São Mateus, em que um anjo convence José, durante um sonho, a aceitar
Maria e o seu filho. Segundo este relato, “despertando do sono, José fez como lhe
ordenou o anjo do Senhor, e recebeu sua esposa. E, sem que antes a tivesse conhecido,
ela deu à luz um filho, ao qual ele pôs o nome de Jesus” (Mt 1,24-25). O presépio
na casa de José em Nazaré apresenta três ambientes: no centro, a cena do Nascimento;
à esquerda, a oficina de carpintaria de São José; e à direita uma hospedaria, símbolo
de vida colectiva e da contraposição entre valores materiais e valores espirituais.
As figuras, em tamanho natural, são as do presépio da Igreja de Sant'Andrea della
Valle, criadas por São Vicente Pallotti em 1842. Como em 2006, também este ano a
província de Trento contribuiu com várias personagens esculpidas em madeira, bem como
objectos de uso doméstico que completarão as cenas do presépio. Haverá este ano
quatro anjos de estilo barroco mexicano. Do mesmo país serão as decorações da árvore
colocada na Praça de São Pedro e da Aula das Audiências Paulo VI, sendo a primeira
vez que esta tarefa é concedida a uma nação latino-americana. Como é tradição,
o presépio na Praça de São Pedro será inaugurado pelo Papa no dia 24 de Dezembro.
A árvore de Natal, junto ao obelisco, foi entregue esta manhã e vai erguer-se com
os seus quase 30 metros de altura, 45 centímetros de diâmetro na base e 2000 lâmpadas
para iluminá-la. Bento XVI recebeu nesta sexta feira os peregrinos da região
de Val Baldia ( nordeste da Itália), que ofereceram a árvore, explicando que tanto
esta como o presépio “são elementos do clima típico de Natal que faz parte do património
espiritual das nossas comunidades”. É um clima de religiosidade e de intimidade
familiar – disse o Papa – que devemos conservar nas sociedades de hoje, onde ás vezes
parecem prevalecer a corrida ao consumismo e a procura unicamente de bens materiais. O
Natal é uma festa cristã e os seus símbolos – entre eles especialmente o presépio
e a árvore enfeitadas com as prendas – constituem importantes referencias para o grande
mistério da Incarnação e do Nascimento de Jesus, que a liturgia do tempo do Advento
e do Natal evoca constantemente . O Criador do universo, que se fez menino veio
no meio de nós para partilhar o nosso caminho humano; fez-se pequenino para entrar
no coração do homem e assim renová-lo com a omnipotência do seu amor. Preparemo-nos
para O acolher com fé animada por uma sólida esperança, disse Bento XVI a concluir.