IGREJAS E SOCIEDADE CIVIL NA BOLÍVIA MANIFESTAM PREOCUPAÇÃO COM POSSÍVEL DIVISÃO DO
PAÍS
La Paz, 14 dez (RV) - As Igrejas Católica e Evangélica na Bolívia expressaram,
nesta quinta-feira, seu temor por uma possível escalada de violência e divisão do
país, e pediram ao governo e à oposição que trabalhem pela paz e o diálogo.
Esse
temor foi manifestado durante uma coletiva de imprensa, da qual participaram também
o defensor público, a confederação dos empresários, as associações de imprensa e representantes
da sociedade civil.
O defensor público, Waldo Albarracín, leu um documento
em que as instituições convocam "à paz, ao diálogo e à unidade do país" diante dos
"dias de angústia e incerteza" que a Bolívia vive.
O atual conflito social
no país é fruto da aprovação, no último fim de semana, do novo projeto constitucional.
A aprovação contrapôs o governo do presidente Evo Morales à rica região oriental de
Santa Cruz, que pretende declarar-se autônoma neste sábado.
Morales disse,
nesta quinta-feira, que é "ilegal" o estatuto autonômico que os líderes dessa região
aprovaram e recordou a obrigação de todos os bolivianos, de "trabalharem pela unidade
do país".
Na coletiva de imprensa, representantes das diferentes entidades
disseram que a atenção política agora, já não está centralizada em como resolver os
problemas da pobreza e do subdesenvolvimento do país, mas no risco de uma divisão
territorial.
As entidades pedem ao governo e à oposição que busquem soluções
para os problemas da Bolívia e "não somente para alguns setores da sociedade, por
mais legítimas que sejam as reivindicações destas". Eles consideram que as posturas
"intransigentes" ameaçam "a convivência pacífica" e podem levar o país "a um violento
confronto", pois a democracia está sendo "ignorada" e "ameaçada". (BF)