2007-12-13 18:11:32

TUTELAR A DIGNIDADE E A SEGURANÇA DOS TRABALHADORES: TELEGRAMA DO PAPA PELO FUNERAL DOS QUATRO OPERÁRIOS MORTOS EM TURIM


Cidade do Vaticano, 13 dez (RV) - Foi celebrado na manhã desta quinta-feira, o funeral dos operários Antonio Schiavone, Roberto Scola, Angelo Laurino e Bruno Santino, presidido pelo cardeal-arcebispo de Turim, Severino Poletto. Os operários morreram no incêndio ocorrido na metalúrgica ThyssenKrupp, nos dias passados, dando origem a uma onda de protestos em toda a Itália.

O cardeal-secretário de Estado, Tarcisio Bertone, enviou uma telegrama, em nome do papa, ao Cardeal Poletto, lido durante a celebração. No texto, o pontífice sublinha a necessidade de tutelar "com todos os meios disponíveis, a dignidade e a segurança dos trabalhadores" e assegura "fervorosas orações de sufrágio", além de invocar ao Senhor "alívio e cura" para os feridos.

Em sua homilia, o Cardeal Poletto afirmou que o incidente não só comove as famílias das vitimas, mas também toda a população de Turim: "Não existem adjetivos apropriados para comentar esse modo atroz de morrer. Aconteceu o que nunca deveria ocorrer num local de trabalho, aonde as pessoas vão, para ganhar o pão, com suor e fadiga, para construir um futuro sereno e mais seguro para si e para seus filhos."

À espera do veredicto judicial sobre o incêndio, o cardeal propôs uma seria reflexão, evocando a Doutrina Social da Igreja: "Reitero que, como ensina a Doutrina Social da Igreja, o trabalho é para o homem e não o homem para o trabalho. Isso significa que os direitos dos trabalhadores, como todos os outros direitos, se baseiam na natureza da pessoa humana e na sua transcendente dignidade, como o direito à justa remuneração, o direito ao repouso e, sobretudo, o direito a um ambiente de trabalho e a processos produtivos que não prejudiquem a saúde física e, especialmente, a vida dos trabalhadores."

Ao recomendar a comunidade a não deixar as famílias das vítimas sozinhas na dor, o Cardeal Poletto convidou todos a assumirem a responsabilidade, porque, segundo ele, esta é uma nova questão social na Itália e mais do que isso: é "uma nova questão ética". (JD/AF)







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