ARGÉLIA: MENSAGEM DO ARCEBISPO DE ARGEL SOBRE ATENTADOS
Argel, 12 dez (RV) - "Estamos envolvidos, como toda população argelina, nesses
atentados. O nosso país sofreu muito, no período de 1992 a 2000, e agora esperávamos
poder viver sem violências, mas tal não aconteceu. Não aceitamos que se use a violência
contra o povo, qualquer que sejam as razões ideológicas, políticas, econômicas, sociais
ou religiosas" _ disse o arcebispo de Argel, Dom Henri Teissier, comentando os atentados
a bomba, perpetrados na última terça-feira.
Dom Teissier, conhecido por seu
empenho na promoção do diálogo e do respeito inter-religioso, acrescentou que "é necessário
trabalhar, também fora das fronteiras argelinas, por uma evolução positiva do diálogo
entre cristãos e muçulmanos". "Os extremistas islâmicos, de fato, utilizam a "islamofobia"
_ argumentou _ para atingir as pessoas e especialmente os jovens, fomentando, de tal
modo, o ódio e a luta contra o Ocidente."
A autoria dos atentados foi reivindicada
pelo grupo terrorista "Braço de Al-Qaeda no Magreb Islâmico". Fontes do governo informaram
que as explosões deixaram 30 mortos. De acordo com o jornal argelino, "Al Watan",
que cita fontes hospitalares, os número de vítimas fatais seria 72, entre as quais,
11 funcionários da ONU.
De todo o mundo partem declarações de reprovação aos
ataques. O secretário-geral das Nações-Unidas, Ban Ki-moon, afirmou que não tinha
palavras para expressar sua "raiva e ira".
O governo brasileiro também condenou
os atentados de ontem. Uma nota do Ministério de Relações Exteriores lamentou que
os ataques tenham atingido as instalações do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento
e do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR), "que representam
uma importante contribuição aos esforços da comunidade internacional, e ainda do governo
e da sociedade argelinos em prol do desenvolvimento da região". (EP/AF)