Roteiro para novo acordo climático em Bali:UE pede números e conclusões cientificas
(12/12/2007) No dia em que se comemorou o décimo aniversário da assinatura do protocolo
de Quioto, O Secretário Geral das Nações Unidas Ban Ki-moon foi a Bali exigir acção
urgente para evitar o caos. Os delegados dos 190 países, agora representados ao mais
alto nível, têm só mais três dias para chegarem a acordo. Os 130 ministros do Ambiente
que também ali afluíram depois de homólogos seus com a pasta das Finanças aí terem
também reunido, vão procurar consenso para a redução das emissões de gases com efeito
de estufa a que se comprometam não só os EUA, como a China e a Índia. Se estes grandes
não revirem as suas posições, a viabilidade de um protocolo internacional que se siga
ao de Quioto, para além de 2012, será posta em causa.
Quioto tem dez anos de
assinatura, estando hoje ratificado por 176 países, ainda que as metas nele definidas
obriguem apenas 36 países industrializados a reduzir emissões. Mas só desde 2005 as
regras começaram a ser praticadas. E, no entanto, nesse mesmo ano, 40 países ricos,
incluindo os Estados Unidos (que se mantiveram alheios a compromissos) aumentaram
as emissões, chegando a 18,2 mil milhões de toneladas. Tal valor ficou apenas um pouco
abaixo do de 1990, registado antes da queda do bloco soviético, que fez colapsar muita
da poluente indústria da região.
A União Europeia quer marcar a agenda desta
Conferência Quadro das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas com a indicação das
metas mais exigentes, colocando-as na ordem dos 25 a 40% a partir de 2020 , face aos
valores de 1990. Mas, mesmo para o horizonte pós-Quioto, a partir de 2012, os EUA
não querem metas estabelecidas. E a Índia manteve-se inflexível nos primeiros dias
de conversações em Bali, alegando que não pode pôr em causa o seu desenvolvimento.
O português Humberto Rosa, secretário de Estado do Ambiente, considera tal posição
"inaceitável", e defende que os países em desenvolvimento devem também comprometer-se
e contribuir para o esforço de redução das emissões. Tanto mais, disse o mesmo responsável
governamental, que a União Europeia tem dado "importância à transferência de tecnologia"
limpa para os países em desenvolvimento.