2007-12-12 14:06:35

Prémio Sakharov pede à União Europeia um maior apoio para a solução do conflito no Darfur. Líder da Líbia critica a sua internacionalização


(12/12/2007) O líder da Líbia, Muammar Kadhafi, criticou a “internacionalização do conflito do Darfur”, considerando que esta “crise terminará por si” se a comunidade internacional deixar os locais “desembaraçarem-se sozinhos”.
O dirigente líbio, que se encontra em Paris para uma visita de estado à França, declarou que o “interesse que o mundo dá ao Darfur partiu de boas intenções, mas é contrário ao que queria à partida”. Já o advogado sudanês Salih Mahmoud Osman, laureado com o prémio Sakharov 2007 pelo Parlamento Europeu em função do trabalho de ajuda às vítimas de Darfur, apelou para que a União Europeia intensifique os esforços de apoio à região. “As pessoas do Darfur têm necessidade que a União Europeia adopte uma posição comum forte sobre a protecção de cidadãos inocentes. Eles pedem-vos que os protejam da violência, dos assassínios e dos maus-tratos que enfrentam a cada dia”, afirmou Osman, na cerimónia de entrega do prémio Sakharov, em Estrasburgo, no Parlamento Europeu. “Esta protecção pode ser possível graças ao envio de uma força ONU/União Africana (UA)”, sublinhou Osman, acrescentando que a União Europeia “tem um papel a cumprir para aumentar a pressão sobre o governo sudanês para facilitar a deslocação destas tropas e a protecção das pessoas no Darfur”.
Os europeus pediram sábado passado, durante a Cimeira UE/África em
Lisboa, que o presidente sudanês Omar el-Béchir facilitasse o envio da força de paz conjunta da UA e das Nações Unidas para a região do Darfur em Janeiro. Na sequência do pedido, Béchir recusou a composição proposta pelas Nações Unidas. O conflito do Darfur e as consequências associadas provocaram em quase cinco anos cerca de 200 mil mortos e 2,2 milhões de deslocados, segundo organizações internacionais, mas Cartum afirma que o número de vítimas mortais não deverá ultrapassar nove mil. Uma força mista da ONU e da União Africana de 26 mil homens deverá substituir no início de Janeiro a força africana de sete mil elementos actualmente destacada no Darfur.








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