A IGREJA COMO MISTÉRIO DA ÍNTIMA UNIÃO COM DEUS: AUDIÊNCIA GERAL DEDICADA A SÃO PAULINO DE NOLA

Cidade do Vaticano, 12 dez (RV) - Na Audiência Geral desta quarta-feira, na Sala Paulo VI, o papa falou sobre a figura de São Paulino de Nola. Esse santo nasceu no seio de uma rica família, no ano 354, em Bordeux, França Romana. Estudou retórica, poesia e Direito, e se tornou um conhecido e respeitado advogado.

São Paulino dedicou-se à vida política, destacando-se por sua sabedoria e boa índole. Foi justamente o contato com a fé simples e intensa do povo, a lançá-lo em seu caminho de conversão, repleto de dificuldades e provações, como afirmou o Santo Padre.

"Enquanto trabalhava para construir a cidade terrena, ele, paralelamente, descobria o caminho para a cidade celeste. O encontro com Cristo foi o ponto de chegada de um caminho árduo, pontilhado de provas. Circunstâncias dolorosas, a partir da perda do favor da autoridade política, fizeram-no experimentar pessoalmente a caducidade das coisas" _ disse o pontífice.

Em Milão, São Paulino recebeu, de Santo Ambrósio, a formação cristã inicial, e ali se batizou. Mais adiante, depois da morte de seu filho recém-nascido, decidiu, com sua esposa, doar seus bens aos pobres e fundar uma comunidade monástica.

São Paulino passou, então, a viver uma existência de oração, meditação das Sagradas Escrituras e caridade, acolhendo os mais necessitados, como se fossem Cristo.

Em 409, tornou-se bispo de Nola, encerrando um caminho que despertou grande emoção na época, como recordou Bento XVI...

"A conversão de Paulino impressionou seus contemporâneos. Seu mestre, Ausonio, sentiu-se traído e lhe dirigiu palavras duras, reprovando, por um lado, seu desprezo pelos bens materiais, que ele julgava incabível, e por outro lado, seu abandono da vocação de literato. Paulino replicou que o seu doar aos pobres não significava desprezo pelos bens terrenos, mas sim uma sua valorização, para a finalidade mais nobre da caridade."

Como sacerdote e bispo de Nola, ele caracterizou-se pela atenção especial as pobres e peregrinos, e deixou de si, uma imagem de pastor sempre próximo do povo. Com seu talento poético e educação literária, escreveu muitos cantos, para exaltar a beleza de Deus encarnado, crucificado e ressuscitado. Em seus escritos, destaca, sobretudo, o sentido da Igreja como mistério de unidade.

"A teologia do nosso tempo encontrou, justamente no conceito de comunhão, a chave de leitura do ministério da Igreja. O testemunho de São Paulino nos ajuda a sentir a Igreja _ como nos é apresentada pelo Concílio Vaticano II _ como sacramento de intima união com Deus e da unidade de todo o gênero humano."

Ao término da Audiência Geral, o papa saudou os peregrinos em diversos idiomas. Eis suas palavras aos fiéis e peregrinos de língua portuguesa: "Ao saudar cordialmente os peregrinos e ouvintes de língua portuguesa, especialmente os que vieram de Portugal, dou-lhes as boas-vindas e faço votos por que todos vivam com alegria o tempo natalício que se avizinha, na prática das boas obras, especialmente nos seus lares, pelos caminhos da salvação de Cristo: muito Boas Festas e um Feliz Ano Novo, com a minha bênção apostólica!" (CM/JD/AF)