Independência do Kosovo? : embate no plano internacional pelas posições antagónicas
dos Estados Unidos e da Rússia
(10/12/2007) A União Europeia vai esta semana tentar ultrapassar as reticências de
alguns dos seus Estados membros e demonstrar que está determinada a orientar o Kosovo
após a sua proclamação de independência - considerada inevitável em 2008.
Há
vários meses que a tróica de mediadores (EUA, UE e Rússia) debatem o futuro desta
província sérvia que, desde 1999, é administrada por uma missão das Nações Unidas;
1999 foi o ano em que a NATO bombardeou Belgrado para obrigar as forças sérvias a
cessarem os seus ataques contra os albaneses (que hoje estão em maioria no Kosovo).
Nesta
segunda feira a tróica vai entregar na ONU um relatório que constata o fracasso dos
120 dias de negociações extra, entre sérvios e albaneses, sobre o futuro estatuto
do território. No mesmo dia os ministros dos Negócios Estrangeiros dos 27 vão debater
o envio, previsto, de uma força policial e judicial para o Kosovo.
Esta missão,
de 1 800 pessoas, poderá chegar ao Kosovo entre Janeiro e Fevereiro do próximo ano,
para prevenir tensões relacionadas com uma declaração da independência - embora em
coordenação com a comunidade internacional. Falta saber à luz de que resolução é que
a UE pode enviar missões para o Kosovo.
O processo que agora se segue na ONU
não é fácil, devendo a Rússia, aliada da Sérvia na sua oposição à independência como
estatuto, voltar a bloquear todo o processo e a impedir a adopção de uma nova resolução
por unanimidade no Conselho de Segurança daquela organização.