Retratos de perseguição aos cristãos em todo o mundo
(6/12/2007) A Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS) e a Paulinas Editora apresentaram
Terça-feira, em Lisboa, a obra "Por causa do meu nome. Perseguição aos cristãos nos
dias de hoje", da autoria de Reinhard Backes. Ao serviço da AIS, organização católica
internacional, Backes reuniu exemplos de intolerância contra os cristãos em países
islâmicos, regimes comunistas e, num grupo mais genérico, no meio de conflitos de
interesses, como por exemplo na Venezuela e na Bósnia-Herzegovina. Ao longo de
267 páginas são apresentados exemplos perturbantes de intolerância contra os cristãos
e das respectivas perseguições brutais no mundo de hoje, complementados com informações
fundamentadas sobre a situação dos cenários concretos da perseguição. O autor
considera que estas perseguições só "aparentemente" se devem a motivos religiosos
e que "as verdadeiras razões são de natureza político-étnica e socioeconómica". No
lançamento da obra, Carlos Pinto de Abreu, presidente da Comissão de Direitos Humanos
da Ordem dos Advogados, referiu que a obra gira em volta da temática da "liberdade
religiosa como direito fundamental, como um dos direitos humanos fundamentais". "Com
a convicção, o esforço e até o martírio de muitos, hoje o mundo está bem melhor do
que ontem e amanhã estará, por certo, bastante melhor", indicou. Para este responsável,
há um direito a "uma vida pública religiosa" e é necessário "lutar diariamente, com
uma perspectiva positiva" por esse direito. "Combater as violações graves e permanentes
que se verificam, um pouco por todo o mundo, é duro, mas sempre e afinal gratificante",
prosseguiu.
D. Daniel Marko Kur Adwok, Bispo auxiliar de Cartum, apresentou
um breve retrato da situação da Igreja Católica e dos cristãos no Sudão, denunciando
o programa de "islamização" do governo local, que acentua as diferenças entre Norte
e Sul. "Se a única forma de vida permitida pelo governo é o Islão e não se tolera
o Cristianismo, então passaremos à fase de escravatura. Os cristãos não querem isso,
mas se a situação não for resolvida, o Sul deve separar-se do Norte", defende. D.
Daniel Adwok está em Portugal até 9 de Dezembro, a convite da AIS, para falar da
dramática situação vivida no Sudão