(6/12/2007) O Pe. José Maia, presidente do Conselho de Administração da Fundação
Evangelização e Culturas, denuncia um interesse macro estratégico na Cimeira Europa-África.
“Hoje todos querem ter acesso a recursos energéticos e naturais”, garante. O
presidente do Conselho de Administração da FEC aponta que Portugal deveria colocar
no primeiro plano os direitos humanos. Do ponto de vista político e institucional,
a Europa e a Presidência Europeia têm uma longa agenda. Portugal quis incluir aspectos
que considerou estratégicos para a cooperação. Para além da aprovação do Tratado
Reformador, Portugal insistiu na realização de duas cimeiras – uma com o Brasil e
esta agora com África – centrando-as nas preocupações europeias. Chamar a atenção
para as desigualdades em África, a má gestão dos recursos por parte dos dirigentes,
as assimetrias, os direitos humanos, são pontos indicados pelo Pe. Maia como essenciais
na agenda. O sacerdote Claretiano afirma que a Cimeira “é boa”, mas adverte para
a monopolização que vai existir dada a presença do Presidente do Zimbabué, Robert
Mugabe e Muammar Khadafi, Chefe de Estado da Líbia. “Será muito pobre se isto acontecer”,
adianta. Sabendo que as grandes decisões não passam pelos dias 8 e 9, quando os
chefes de Estado e do Governo dos países europeus e africanos se reunirem em Lisboa,
pois vêm já estudas previamente, admite que os temas tenham “recolhido várias propostas
e que a vinda dos chefes seja apenas «carimbo branco»”.