BENTO XVI RECEBE EM AUDIÊNCIA UMA DELEGAÇÃO DO PONTIFÍCIO INSTITUTO ORIENTAL
Cidade do Vaticano, 06 dez (RV) - Bento XVI recebeu em audiência, nesta quinta-feira,
na Sala Clementina, no Vaticano, uma delegação do Pontifício Instituto Oriental, por
ocasião de seu 90° aniversário de fundação.
No discurso que dirigiu aos presentes,
o papa ressaltou o valor ecumênico do instituto que, confiado aos cuidados dos Jesuítas,
se dedica ao "estudo dos aspectos teológicos, litúrgicos, jurídicos e culturais que
compõem o saber do Oriente cristão".
Bento XVI falou ainda, sobre o fundador
do Pontifício Instituto Oriental, seu predecessor Bento XV: "O período desse papa
foi marcado pela guerra, e ele trabalhou muito pela paz! Em defesa da paz, lançou
vários apelos e elaborou, em 1917, ano de fundação do Pontifício Instituto Oriental,
um concreto plano de paz, um plano detalhado que, infelizmente, não obteve sucesso."
Para
promover a paz dentro da Igreja, Bento XV criou, em poucos meses, três monumentos
de grande valor: a Congregação para as Igrejas Orientais, o Pontifício Instituto Oriental,
e o Código de Direito Canônico Oriental, em benefício das Igrejas Orientais Católicas
que, desde então, enviam muitos estudantes a Roma, a fim de que cresçam no conhecimento
da Igreja universal.
"As comunidades eclesiais passaram por várias provações
nesse período difícil, e mesmo longe de Roma, elas sempre permaneceram próximas, através
da fidelidade à Sé de Pedro. O progresso dessas comunidades e sua determinação nas
dificuldades seriam impensáveis _ sublinhou o Santo Padre _ sem o apoio constante
que receberam daquele oásis de paz e de estudos, que é o Pontifício Instituto Oriental,
ponto de encontro de vários estudiosos, escritores e editores dos melhores especialistas
do Oriente cristão."
Bento XVI mencionou também a Biblioteca do Pontifício
Instituto Oriental, fundada por Pio XI: "É uma biblioteca famosa no mundo inteiro,
que está entre as melhores do Oriente cristão. Faz parte do meu empenho, fazê-la crescer
ulteriormente, como sinal de interesse da Igreja de Roma pelo conhecimento do Oriente
cristão, e como meio para eliminar eventuais preconceitos que podem danificar a cordial
e harmoniosa convivência entre os cristãos. Estou convencido _ ressaltou o papa _
de que o apoio dado ao estudo tem um grande valor ecumênico, visto que enriquece a
todos nós, haurir do patrimônio da sabedoria do Oriente cristão."
Bento XVI
ressaltou ainda, que "o Pontifício Instituto Oriental constitui um insigne exemplo
daquilo que a sabedoria cristã pode oferecer àqueles que desejam conhecer as Igrejas
Orientais, e também aprofundar a orientação na vida segundo o Espírito, que representa
um tema em que o Oriente cristão possui uma riquíssima tradição. Esses são tesouros
preciosos, não somente para os estudiosos, como também para todos os membros da Igreja".
"Hoje
em dia, graças às variadas edições disponíveis dos Padres Orientais _ explicou o pontífice
_ esses tesouros não estão mais escondidos. Decifrá-los e interpretá-los de maneira
autorizada, elaborar sínteses dogmáticas sobre o Deus-Trindade, sobre Jesus Cristo
e a Igreja, sobre a graça e os Sacramentos, refletir sobre a vida eterna que podemos
desde agora saborear nas celebrações litúrgicas, tudo isso é tarefa de quem estuda
no Pontifício Instituto Oriental."
Bento XVI finalizou, expressando sua gratidão
pelos "amigos e benfeitores que ajudam o Pontifício Instituto Oriental através da
solidariedade". "A eles _ disse o papa _ devemos o progresso material dessa instituição."
(MJ/AF)