2007-12-05 18:56:35

CARDEAL-ARCEBISPO DE SALVADOR PEDE QUE BISPO DE BARRA SUSPENDA GREVE DE FOME


Salvador, 05 dez (RV) – Setores da Igreja Católica contrários à greve de fome do bispo de Barra, BA, Dom Luiz Flávio Cappio, aumentaram a pressão pelo fim do protesto. Nesta terça-feira, o cardeal-arcebispo primaz do Brasil, Geraldo Majella Ângelo, foi a Sobradinho (540 km de Salvador) pedir pessoalmente ao religioso, que suspendesse o jejum.

Dom Cappio, que não se alimenta há nove dias, em protesto contra o projeto de transposição das águas do rio São Francisco, disse que não recuará. "Mantenho meus propósitos" _ declarou ao jornal "Folha de São Paulo". O religioso conversou por uma hora, a portas fechadas, com o Cardeal Majella Agnelo e mais quatro bispos, entre os quais, o conselheiro permanente da Comissão Pastoral da Terra, Dom Tomás Balduíno, aliado de Dom Cappio.

No encontro, o bispo recebeu uma carta do cardeal, com a posição do regional Nordeste-3 (Bahia e Sergipe) e da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). No documento, o organismo episcopal manifesta solidariedade à luta do bispo, mas discorda da forma escolhida para fazê-lo.

O bispo de Barra disse que ficou "alegre pela solidariedade" e afirmou que via o pedido de suspensão do Cardeal Majella Agnelo como um gesto de preocupação com sua vida. "Os pedidos para que eu recue vêm de toda parte" _ acrescentou.

Dom Luiz Flávio afirma que manterá o jejum "até o fim". Ele condiciona a suspensão do protesto à saída do exército do canteiro de obras, e ao arquivamento definitivo do projeto de transposição do "Velho Chico". O governo, por sua vez, diz que a obra continua.

Mas não é apenas Dom Cappio que protesta. Nesta quarta-feira, mais de mil pessoas ocuparam a ponte do município Ibotirama, Bahia, fechando o acesso na BR-242 que leva a Brasília. A ação foi mais um protesto contra o projeto de transposição das águas do rio São Francisco e em solidariedade ao jejum de Dom Luiz Flávio Cappio.

Segundo informações, desde as 6h30 (hora local) desta manhã, representantes de vários movimentos sociais, pastorais e da Igreja Católica ocuparam a ponte, participando do ato de protesto.

Outro ato realizado nesta terça-feira, em Sobradinho, BA, onde está tendo lugar o protesto silencioso do bispo, reuniu cerca de quatro mil manifestantes, que também protestavam em defesa do rio São Francisco e em solidariedade a Dom Cappio. (JD/AF)







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