MIANMAR: JUNTA MILITAR NO PODER FECHA MOSTEIRO QUE APÓIA MOVIMENTO DEMOCRÁTICO
Yangun, 30 nov (RV) - As autoridades de Yangun, capital de Mianmar (ex-Birmânia)
evacuaram o Mosteiro budista de Maggin, próximo à capital, transferindo os poucos
monges que ali viviam, para um pagode vizinho. O abade do mosteiro, U Indaka, ex-prisioneiro
político, assim como diversos de seus monges, estão ainda na prisão, por terem apoiado
os protestos de setembro passado contra a tirania da Junta Militar no poder. Um conhecido
ativista dos direitos humanos denuncia a hipocrisia dos generais que, após a visita
do enviado especial da ONU, Gambari, haviam prometido cessar a repressão e as prisões
arbitrárias.
A dura repressão do regime birmanês contra os monges budistas,
acusados de terem guiado os recentes protestos anti-governamentais, assume formas
ameaçadoramente ostensivas, com o fechamento do Mosteiro de Maggin, deixando sem lugar
para morar, o monge, os seis noviços e os dois leigos que ali viviam. Momentaneamente,
eles se encontram no pagode Kaba Aye.
Segundo fontes da AsiaNews, o mosteiro
é considerado próximo à Liga Nacional pela Democracia, partido de oposição liderado
pela Nobel da Paz-1991, Aung San Suu Kyi, há anos em regime de prisão domiciliar.
O
mosteiro é conhecido por dar acolhimento aos doentes de HIV/AIDS, que chegam de Yangun
para serem assistidos. OS doentes que ali se encontravam, no momento da chegada das
tropas militares, para fechar o mosteiro, foram transferidos para um hospital.
Desde a eclosão dos protestos, os militares já fizeram quatro reides no Mosteiro
de Maggin, que não foi o único a sofrer tais buscas. Não se sabe, ainda hoje, o número
exato de monges mortos e desaparecidos durante as repressões de setembro passado.
(AF)