Mensagem de Bento XVI com conselhos para os jovens migrantes: Resistir à violência
e ao ódio
(29/11/2007) Bento XVI espera que os jovens migrantes sejam capazes de resistir,
em todo o mundo, às tentações da violência e do ódio. Numa mensagem divulgada a
28 de Novembro , o Papa critica aqueles que exploram e abusam destas pessoas. "Sede
respeitadores das leis e nunca vos deixeis levar pelo ódio e pela violência", pede
o Papa aos jovens na mensagem para o Dia Mundial do Migrante e Refugiado, que será
celebrado pela Igreja a 13 de Janeiro de 2008. A mensagem espera que os novos
migrantes sejam capazes de construir, com os outros jovens da sua idade, "uma sociedade
mais justa e fraterna, cumprindo escrupulosa e seriamente os vossos deveres em relação
às vossas famílias e ao Estado". Bento XVI recomenda ainda aos destinatários da
mensagem que procurem ser "protagonistas, desde já, de um mundo no qual reine a compreensão
e a solidariedade, a justiça e a paz". Para além dos conselhos, a mensagem papal
deixa duras críticas aos que fazem destes jovens "vítimas de exploração, de chantagens
morais e até de abusos de todos os géneros". O Papa fala em especial dos adolescentes
e dos menores não acompanhados, "que constituem uma categoria de risco entre quantos
pedem asilo". "Estes jovens, com frequência, acabam na estrada deixados a si mesmos
e à mercê de exploradores sem escrúpulos que, muitas vezes, os transformam em objecto
de violência física, moral e sexual", alerta. São também recordadas as "crianças
e adolescentes que tiveram como única experiência de vida «campos de permanência obrigatórios»
(campos de refugiados ou de deslocados internos, ndr), onde se encontram segregados,
distantes dos centros habitados e sem possibilidade de frequentar normalmente a escola".
"Como podem olhar com confiança para o seu futuro?", pergunta o Papa. O documento
fala ainda da chamada «dificuldade da dupla pertença»: "por um lado, eles sentem profundamente
a necessidade de não perder a cultura de origem, mas, por outro, sobressai neles o
desejo compreensível de se inserir organicamente na sociedade que os recebe, sem que
isto, contudo, leve a uma completa assimilação e à consequente perda das tradições
ancestrais". A Igreja, assegura Bento XVI, "olha com especial atenção para o mundo
dos migrantes e pede a quantos receberam nos Países de origem uma formação cristã
que façam frutificar este património de fé e de valores evangélicos, de modo a oferecer
um testemunho coerente nos diversos contextos existenciais". A mensagem deixa
uma nota final para os estudantes que se encontram fora do seu país, pedindo que "tenham
a ocasião de se abrir ao dinamismo intercultural, enriquecendo-se no contacto com
outros estudantes de culturas e religiões diversas". "Será importante também o
compromisso de criar nas salas de aulas um clima de respeito recíproco e de diálogo
entre todos os alunos, com base nos princípios e valores universais que são comuns
a todas as culturas", indica o Papa.