Em Portugal, Igreja no terreno contra o aborto e a eutanásia
(29/11/2007) A Igreja Católica em Portugal quer reforçar a sua presença no campo
da saúde, num "envolvimento prático" que reforce a luta contra o aborto e a eutanásia.
Estas perspectivas foram lançadas nas conclusões do XX Encontro Nacional da Pastoral
da Saúde, hoje concluído em Fátima, que juntou várias centenas de participantes. O
documento conclusivo defende a criação de "Centros de Vida", em todas as Dioceses,
"com as valências indispensáveis para assegurar a defesa e a promoção da vida, desde
o seu início". Pede-se ainda a aposta em "Unidades de cuidados continuados" (UCC)
a conseguir "pela conversão de lares e residências de idosos". Para os participantes
neste encontro, há "necessidade de maiores apoios no campo da natalidade, da educação
da sexualidade, do acompanhamento da adolescência e de tantos outros aspectos relacionados
com o início da vida". Nesse sentido, os referidos Centros de Vida "devem ser
de apoio incondicional à maternidade, em todas as situações, da educação dos adolescentes
e jovens na sua vida afectivo sexual, de acompanhamento dos jovens casais nas decisões
de uma paternidade responsável, de tratamento da infertilidade e de tantos outros
problemas que reclamam ajudas específicas". Quanto à questão do fim de vida, é
pedido que "os idosos doentes, tal como os doentes em fase terminal, tenham os apoios
que lhes garantam maior qualidade de vida, em todas as etapas e até ao fim". A
Igreja deve ainda criar "estruturas de organização a assegurar por cada Comissão Diocesana
da Pastoral da Saúde em trabalho conjunto com a Caritas Diocesana, as direcções da
Pastoral Social e outros organismos de serviço à comunidade". O documento deixa
reparos à actuação do Estado, apelando a uma "cooperação permanente" e a "uma relação
responsável entre as estruturas de saúde do Estado e as diversas organizações da Igreja
que estão no terreno a descoberta das respostas mais eficazes no acompanhamento das
pessoas cujos problemas urge serem resolvidos". Após a recente polémica em torno
dos capelães hospitalares, os participantes neste encontro defendem o "reconhecimento
da espiritualidade como elemento indispensável a uma consideração integral da condição
humana na sua dignidade e liberdade".