CNBB PEDE DIÁLOGO NA QUESTÃO DA TRANSPOSIÇÃO DO RIO SÃO FRANCISCO

Brasília, 28 nov (RV) - A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) pediu, nesta terça-feira, a instauração de um diálogo sobre a questão da transposição do rio São Francisco, ao tomar conhecimento da decisão do bispo de Barra, Dom Luiz Flávio Cappio, de retomar o "jejum e a oração" pelo arquivamento definitivo do projeto governamental.
A CNBB afirma, numa nota assinada por sua presidência, sua convicção de que "o tema da transposição do rio São Francisco traz consigo muitas implicações, não havendo unanimidade nem mesmo na Igreja, o que julgamos perfeitamente compreensível".

A presidência da CNBB sublinha, em relação à transposição, que "o Estado tem a responsabilidade de garantir à população o acesso à água de boa qualidade, que é um direito humano e um bem público necessário aos seres humanos, aos animais e às plantas".

Destaca ainda, que "é necessário dar continuidade a um amplo diálogo, visando soluções adequadas e considerando as alternativas apresentadas pelas forças sociais populares envolvidas no processo, para promover o desenvolvimento sustentável, a preservação do meio ambiente, a agricultura familiar e a convivência com o semi-árido".

Dom Luiz Flávio Cappio fez sua primeira greve de fome contra a transposição do rio São Francisco há dois anos. Ele passou 11 dias sem se alimentar, na cidade de Cabrobó, Pernambuco.

Um acordo alcançado em outubro de 2005, entre o bispo e o governo Lula, previa a abertura de um diálogo com a sociedade civil, sobre alternativas para o desenvolvimento sustentável do semi-árido brasileiro.

A primeira etapa das obras de transposição do São Francisco _ rio que nasce em Minas Gerais e atravessa parte do nordeste brasileiro _ foi iniciada em junho passado, pelo governo. (CD/AF)