2007-11-27 20:41:02

DESAFIOS DA IGREJA NA CORÉIA DO SUL: INICIADA VISITA 'AD LIMINA' DOS BISPOS DO PAÍS ASIÁTICO


Cidade do Vaticano, 27 (RV) - Os bispos da Coréia do Sul estão iniciando a sua visita 'ad Limina Apostolorum'. Nos próximos dias serão recebidos pelo papa. Trata-se de um encontro esperado com expectativa para afrontar os importantes desafios apresentados à Igreja católica no país asiático.

Submetida no passado à soberania japonesa, ocupada em 1945 pela Rússia e no sul pelos EUA, separada em dois Estados em 1948, a península coreana passou por um sangrento conflito deflagrado em 1950, que contrapôs o eixo Moscou-Pequim à coalizão conduzida pelos EUA, sob mandato da ONU.

Hoje, a Coréia se encontra no caminho de uma procurada e complexa pacificação. No dia 4 de outubro passado, em Pyongyang, no segundo encontro intercoreano, foi assinada uma histórica Declaração para o desenvolvimento das relações, a paz e a prosperidade entre as duas Coréias, que no papel ainda se encontram em guerra, após o armistício assinado em 1953.

O acordo, porém, não afrontou o tema dos direitos humanos e da liberdade religiosa, comentou o bispo auxiliar de Seul, Dom Lucas Kim Un-hoe, presidente da Comissão dos prelados para a reconciliação do povo coreano, e foram muito brandos os compromissos assumidos para a desnuclearização da Coréia do Norte e a reunificação das famílias.

É ampla a presença de católicos _ 5 milhões _ neste país asiático, concentrados todos na Coréia do Sul, que hoje é a quarta nação na Ásia por número de cristãos, após as Filipinas, Índia e Vietnã. A Igreja católica sul-coreana detém o primado no mundo inteiro no que diz respeito ao número de conversões adultas, mais de 100 mil por ano, embora nos últimos anos em pequena diminuição, bem como as vocações e a prática religiosa.

Os bispos sul-coreanos se dizem preocupados com esses aspectos pastorais, diante do crescente secularismo favorecido por modelos e estilos de vida ocidentais, difundidos pela globalização e pela mídia, que estão permeando também a sociedade coreana, onde se expandem também novos movimentos espirituais e pseudo-religiosos.

Entre os campos nos quais a Igreja se encontra na linha de frente destacam-se: a luta contra o aborto, a pena de morte, a clonagem de embriões humanos, contra projetos danosos ao ambiente, contra as guerras e a corrida armamentista.

Desde sempre comprometida com a plena reconciliação nacional, a Igreja coreana sofre a total ausência de sacerdotes residentes na Coréia do Norte, onde inclusive foi fundada a Igreja de Pyongyang, e onde jamais faltou a assistência material e espiritual dos co-irmãos da Coréia do Sul. (RL)







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