2007-11-25 13:00:36

Em Jesus crucificado tem lugar a máxima revelação possível de Deus neste mundo: Bento XVI na homilia de Cristo Rei, entregando o anel aos novos cardeais


(25/11/2007) A homilia constituiu um comentário às leituras desta solenidade de Cristo, Rei do Universo, das quais emerge, dominante – observou o Papa – “a figura de Cristo, o único Senhor, diante do qual somos todos irmãos. Toda a hierarquia da Igreja, todos os carismas e ministérios, tudo e todos estamos ao serviço da sua senhoria”.
Partindo do Evangelho, Bento XVI sublinhou que é a Cruz “o acontecimento central, no qual Cristo manifesta a sua realeza singular”.

“Em Jesus crucificado tem lugar a máxima revelação possível de Deus neste mundo, porque Deus é amor, e a morte de Jesus na Cruz é o maior acto de amor de toda a história. Pois bem, no anel cardinalício, que daqui a pouco entregarei aos novos membros do sacro Colégio, está representada precisamente a crucifixão.
Isto, caros Irmãos neo-Cardeais, será sempre para vós um convite a recordar de que Rei sois servidores, qual o trono sobre o qual ele foi elevado, e como foi fiel até ao fim, para vencer o pecado e a morte com a força da misericórdia divina.
A mãe Igreja, esposa de Cristo, dá-vos esta insígnia como memória do seu Esposo, que a amou e se entregou a si mesmo por ela. Assim, usando o anel cardinalício, sois constantemente chamados a dar a vida pela Igreja”.

Comentando depois o hino cristológico da Carta aos Colossenses, o Papa observou que “este texto do Apóstolo exprime uma tão vigorosa síntese de verdade e de fé que não podemos deixar de ficar profundamente admirados”:

“A Igreja é depositária do mistério de Cristo: é-o com toda a humildade e sem sombra de orgulho e arrogância, porque se trata do maior dos dons que recebeu sem qualquer mérito, como horizonte de e significado de salvação. Não é uma filosofia, não é uma gnose, embora compreenda também a sapiência e o conhecimento. É o mistério de Cristo; é o próprio Cristo, Logos incarnado, morto e ressuscitado, constituído Rei do universo.”

“Como não experimentar um ímpeto de entusiasmo pleno de gratidão por termos sido admitidos a contemplar o esplendor desta revelação? Como não sentir ao mesmo tempo a alegria e a responsabilidade de servir este Rei, de testemunhar com a vida e com a palavra a sua senhoria?”

“É este, de modo particular, venerados confrades cardeais, a vossa tarefa: anunciar ao mundo a verdade de Cristo, esperança para todos os homens e para toda a família humana. Na esteira do Concílio Ecuménico Vaticano II, os meus venerados Predecessores, os Servos de Deus Paulo VI, João Paulo I e João Paulo II, foram autênticos arautos da realeza de Cristo no mundo contemporâneo. É para mim motivo de consolação poder contar sempre convosco, tanto colegialmente como pessoalmente, para levar também eu a cumprimento esta tarefa fundamental do ministério petrino”.

A concluir, o Santo Padre quis confiar à oração dos novos cardeais “um aspecto intimamente unido a esta missão”: “a paz entre todos os discípulos de Cristo, como sinal da paz que Jesus veio instaurar no mundo”. Aprouve a Deus “re-pacificar” o universo mediante a cruz de Cristo. “A Igreja é aquela porção de humanidade em que se manifesta já a realeza de Cristo, que tem como manifestação privilegiada a paz. É a nova Jerusalém…” (na qual) “reconhecemos a figura da Igreja, sacramento de Cristo e do seu Reino”.








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