PRESIDENTE DA PONTIFÍCIA ACADEMIA PARA A VIDA APROVA PESQUISA COM CÉLULAS DA PELE
Cidade do Vaticano, 23 nov (RV) – O presidente da Pontifícia Academia para
a Vida, Dom Elio Sgreccia, definiu, nesta quinta-feira, um "feito histórico" a conquista
de cientistas japoneses e norte-americanos, que conseguiram "reprogramar" células
da pele humana, para que tenham propriedades de células-tronco embrionárias. Segundo
ele, a técnica "aparentemente não apresenta problemas éticos", ao contrário da pesquisa
com o uso de embriões.
Em entrevista à Rádio Vaticano, Dom Sgreccia se mostrou
entusiasmado diante do que considerou "uma novidade histórica", sobretudo, porque
não será necessária a clonagem terapêutica dos embriões, prática condenada pela Igreja
Católica.
O responsável pela Pontifícia Academia para a Vida, organismo que
tem como objetivo promover a ciência e favorecer a pesquisa, à luz da Doutrina Social
da Igreja, afirmou que esse grande resultado permite afirmar que entre ética e ciência
existe uma forte relação.
"A ética que respeita o homem é útil para a ciência
e confirma que não é verdade que a Igreja seja contrária à pesquisa em geral, e sim
à má pesquisa, que lesa direitos do ser humano, neste caso, dos embriões" _ acrescentou.
O
cientista japonês, Shinya Yamanaka, cuja equipe conseguiu criar células-tronco a partir
de cinco mil células, participou, no ano passado, dos trabalhos da Academia para a
Vida, no Vaticano.
A nova técnica, caso aperfeiçoada, poderá permitir que
os cientistas criem células-tronco com um código genético específico do paciente,
eliminando o risco de rejeição que pode ocorrer no caso do uso de células obtidas
por meio de embriões.
As células-tronco têm sido consideradas uma das maiores
esperanças da Medicina, pois podem se transformar em mais de 220 tipos de células
do corpo humano. (CM/AF)