(21/11/2007) O presidente da Conferência Episcopal Espanhola (CEE) criticou os que
querem voltar ao passado para "reabrir feridas e atiçar rancores" em relação ao período
da Guerra Civil (1936-39). D. Ricardo Blázquez Pérez inaugurou a 90ª Assembleia
Plenária da CEE lembrando que esta guerra foi um período agitado e doloroso, para
o qual se deve olhar "com o desejo de purificar a memória, de corrigir possíveis falhas,
de procurar a paz" e não de reabrir feridas e procurar vinganças. O Bispo de Bilbau
disse desejar "que se faça luz plena sobre o nosso passado", permitindo conhecer a
origem do conflito e as suas consequências, mas através de uma "aproximação aberta,
objectiva e científica" que evite "a pretensão de impor a toda a sociedade uma determinada
perspectiva na compreensão da história". "A memória colectiva não se pode fixar
selectivamente: é possível que sobre os mesmos acontecimentos existam perspectivas
diferentes, que se irão aproximando se existir o desejo autêntico de compreender a
realidade", explicou. "A busca da convivência na verdade, a justiça e a liberdade
devem guiar o exercício da memória", assinalou ainda. Neste contexto, o presidente
da CEE apresentou o exemplo dos 498 mártires recentemente beatificados, os quais "tendo
sido perdoados e queridos por Deus, oferecem também o perdão". Este responsável afirmou
que esta é a conduta que os levou a beatificação e que a sua elevação aos altares
"não vai contra ninguém". A Assembleia Plenária decorre até 22 de Novembro, tendo
sido apresentada uma nova redacção do documento "Igreja na Espanha e Pastoral das
migrações", preparado pela Comissão Episcopal de Migrações, que através de reflexões
teológicas e orientações práticas, "pretende responder à nova situação do fenómeno
das migrações".