REPRESENTANTE VATICANO PEDE CRIAÇÃO DE SISTEMA COORDENADO PARA FAZER FRENTE ÀS CATÁSTROFES
NATURAIS
Nova Iorque, 20 nov (RV) - A tragédia de Bangladesh, devastado pelo ciclone
Sidr, demonstra a necessidade de se criar um sistema "coordenado e eficaz" de resposta
aos desastres naturais: foi o apelo dirigido à comunidade internacional pelo observador
permanente da Santa Sé na ONU, Dom Celestino Migliore, num pronunciamento ontem, segunda-feira,
na sede do organismo internacional, em Nova Iorque.
Na abertura de seu discurso,
o arcebispo Migliore expressou o pesar da Santa Sé pelas vítimas do ciclone Sidr,
em Bangladesh. Em seguida, fazendo eco às palavras do papa no Angelus de domingo passado,
fez votos de que a máquina da solidariedade multiplique seus esforços para socorrer
todas as pessoas provadas pelo desastre natural.
A devastação de Bangladesh
_ afirmou o prelado _ coloca em primeiro plano os efeitos devastadores que a natureza
pode provocar em todas as partes do mundo. É então necessário _ advertiu _ criar um
"sistema de resposta aos desastres, eficaz e coordenado". Não somente desastres naturais
_ precisou _ já que muitas vezes é o homem com as guerras quem provoca devastações.
Em
tal contexto, Dom Migliore reiterou que as partes comprometidas em conflitos devem
respeitar as leis internacionais em matéria humanitária.
Em seguida, o observador
vaticano fez votos de que as Nações Unidas reforcem seu papel de coordenação para
afrontar os desastres. Para essa finalidade _ ressaltou _ a ONU deve contar com a
plena colaboração dos Estados diretamente envolvidos.
Por outro lado _ prosseguiu
_ com o proliferar das agências humanitárias é importante que a ONU desenvolva a colaboração
entre elas no respeito pelas próprias especificidades. Uma sinergia com as realidades
locais e as autoridades que ajude as populações atingidas também na transição da fase
de resposta à emergência à fase de reconstrução.
Dom Migliore concluiu o seu
discurso reiterando a importância de intervenções de longo alcance. As imagens de
desastres _ constatou _ provocam uma intervenção imediata e uma corrida de solidariedade
internacional. Todavia, quando a atenção da opinião pública se volta para outras prioridades,
aquilo que era considerada uma emergência é rapidamente esquecido com grave dano para
as populações. Daí, a exortação do representante vaticano a se manter os compromissos
assumidos e, aliás, a se colocar em primeiro plano justamente aquelas situações de
crises esquecidas. (RL)