DOM MIGLIORE RESSALTA O PAPEL DA SANTA SÉ NA APROVAÇÃO DA MORATÓRIA SOBRE A PENA DE
MORTE DA ONU
Cidade do Vaticano, 19 nov (RV) - A aprovação da moratória sobre a pena de
morte nas Nações Unidas repercutiu amplamente em todo o mundo.
Quem também
expressou sua satisfação foi o Observador permanente da Santa Sé na ONU, o arcebispo
Celestino Migliore, que em entrevista à Rádio Vaticano fala como essa notícia foi
acolhida: "Todos a acolhemos com muita alegria e satisfação. Essa resolução, por mais
limitada que seja no seu objetivo, tem a sua força. Trata-se de uma declaração de
vontade política e não ainda um instrumento jurídico vinculador. Todavia, oferece
à comunidade internacional uma base autorizada para um debate e iniciativas que poderão
levar à definitiva abolição da pena capital. Há todo um trabalho cultural e de sensibilização
para o direito à vida que deve ser levado adiante no mundo inteiro".
Historicamente,
a Santa Sé está comprometida nas Nações Unidas na promoção dos direitos do homem a
partir, obviamente, da defesa da vida. Com base na sua experiência, Dom Migliore responde
quanto essa voz incide ONU: "Nesse caso específico, a delegação da Santa Sé encorajou
e promoveu de várias maneiras a obra das delegações governamentais que, junto a várias
associações da sociedade civil, levaram essa causa adiante. Também o secretário das
Relações com os Estados, dom Mamberti, intervindo no debate geral da Assembléia recordou
que a abolição da pena de morte poderá ser alcançada de modo eficaz e duradouro somente
no respeito do contexto do direito à vida em todas as suas fases. Claro, é difícil
quantificar a influência em termos de votos, sobretudo se a questão é controvertida,
como é o caso do aborto, por exemplo. Todavia, posso testemunhar que muitas pessoas
aqui na ONU ficam muito satisfeitas quando a Santa Sé toma a palavra, porque é uma
voz da razão que muitos sentem dentro de si". (BF)