CARD. LÓPEZ TRUJILLO COMENTA TENDÊNCIA DOS PAÍSES LATINO-AMERICANOS DE LEGALIZAR O
ABORTO
Cidade do Vaticano, 17 nov (RV) - Estão se estendendo na América Latina as
legislações sobre o aborto: num total de 16 países, em três o aborto é legal, em seis
foi descriminalizado e em sete ainda é ilegal. Mas outros governos estão tentando
introduzir leis sobre a interrupção voluntária da gravidez, como é o caso, por exemplo,
do Uruguai.
O Senado do país já deu a sua aprovação para a descriminalização
e, agora, se aguarda a decisão da Câmara. A propósito, a Conferência Episcopal do
Uruguai divulgou um documento intitulado: "Defendendo a vida humana ganhamos todos".
Sobre
essa tendência na América Latina, a Rádio Vaticano entrevistou o cardeal Alfonso López
Trujillo, que é o presidente do Pontifício Conselho para a Família: "Trata-se de uma
situação delicada, complexa, em que em algumas nações cresce a vontade de legalizar
o aborto, sobretudo por meio da descriminalização e, a partir daí, abrir a porta a
todos os efeitos e as conseqüências que não mostram uma sociedade humana, mas uma
sociedade que se torna cruel devido a essas leis injustas. Os bispos, portanto, apresentaram
uma reflexão muito clara, muito profunda. Fazemos votos de que esse documento seja
bem acolhido pelos uruguaios e contamos também com o fato de que o presidente da República
parece contrário ao aborto e que não aceitaria tal lei: esperemos que seja assim!
Seria um belo exemplo".
O cardeal responde por que não existe a mesma mobilização
quando o assunto é a defesa do início da vida humana: "Alguns aspectos mobilizam a
opinião pública, como vimos nesses dias nas Nações Unidas. Mas é curioso o fato de
que a opinião pública não seja igualmente mobilizada em relação a essa 'pena de morte'
que as crianças mais inocentes sofrem no ventre da mãe. Uma criança não é culpada
de nada e, portanto, não pode ser vítima. E como já se dizia no Talmud, anular a vida
humana é como dizer que todo o mundo deve ser eliminado. Esperemos que nos parlamentos
de outras nações prevaleça um pouco de bom senso. Em todo caso, devemos recordar que
os católicos, e as pessoas em geral, são chamados a uma verdadeira objeção de consciência".
(BF)