2007-11-17 13:45:37

A tentação da eutanásia - um alarmante sintoma da cultura de morte que cresce sobretudo na sociedade de bem-estar: Bento XVI, na conclusão da Conferência sobre a pastoral dos idosos doentes


17/11/2007) “A tentação da eutanásia aparece como um dos mais alarmantes sintomas da cultura de morte que cresce sobretudo na sociedade do bem-estar. A vida do homem é dom de Deus, que todos estamos chamados a defender sempre”: advertiu Bento XVI, recebendo neste sábado, no Vaticano, os participantes na XXII Conferência Internacional do Conselho Pontifício para a pastoral da saúde, que teve como tema “A pastoral na assistência aos doentes idosos”.

Evocando a figura do seu predecessor, “que especialmente durante a doença ofereceu um exemplar testemunho de fé e coragem”, o Papa recordou que “João Paulo II exortou os cientistas e médicos a empenharem-se na investigação, para prevenir e tratar as doenças ligadas ao envelhecimento, sem nunca ceder à tentação de recorrer a práticas visando abreviar a vida do idoso doente, que seriam na prática formas de eutanásia”.

“Não esqueçam os cientistas, investigadores, médicos e enfermeiros, assim como os políticos, administradores e agentes pastorais que a tentação da eutanásia aparece como um dos mais alarmantes sintomas da cultura da morte que avança sobretudo na sociedade do bem-estar. A vida do homem é dom de Deus, que todos somos chamados a defender sempre”.

“Se é verdade que a vida humana, em cada fase, é digna do máximo respeito, em alguns aspectos é-o ainda mais quando marcada pela idade avançada e pela doença. A idade avançada constitui a última etapa da nossa peregrinação terrena, que tem fases diferenciadas, cada uma com suas luzes e sombras. E surge a pergunta: continua a ter sentido a existência de um ser humano reduzido a condições muito precárias, em razão da idade e da doença? Porquê continuar a defender a vida, em vez de aceitar a morte como uma libertação? É possível viver a doença como uma experiência humana a assumir com paciência e coragem?”

Perguntas com as quais se confronta quem está chamado a acompanhar os doentes idosos, especialmente quando parece não existirem possibilidades de cura.

“A actual mentalidade eficientista tende muitas vezes a marginalizar estes nossos irmãos e irmãs que sofrem, como se fossem apenas um peso e um problema para a sociedade. Quem tem o sentido da dignidade humana sabe que, pelo contrário, há que os respeitar e sustentar quando se encontram a enfrentar sérias dificuldades ligadas ao seu estado”.

Para além dos tratamentos paliativos, para aliviar os sofrimentos fruto da doença – advertiu ainda Bento XVI – é preciso “mostrar concretamente a capacidade de amar, porque os doentes carecem de compreensão, de conforto e de encorajamento e acompanhamento permanentes”. “Os idosos, em particular, devem ser ajudados a percorrer de modo consciente e humano a última etapa da existência terrena, para se prepararem serenamente para a morte, que – como nós, cristãos, sabemos – é uma passagem para o abraço do Pai celeste, cheio de ternura e de misericórdia”.








All the contents on this site are copyrighted ©.