Sim ao primado do Bispo de Roma na Igreja universal, mas devem ser estudadas as funções
e as prerrogativas: afirmam os membros da Comissão mista para o diálogo católico -ortodoxo
no documento final do encontro efectuado em Ravena de 8 a 14 de Outubro 2007
(15/11/2007) Foi publicado nesta quinta feira um documento redigido conjuntamente
por católicos e ortodoxos sobre a questão “do primado de Pedro, isto é a supremacia
e a autoridade que o bispo de Roma reivindica sobre os outros patriarcas e bispos
e que estes últimos, nas Igrejas Ortodoxas do Oriente, não reconhecem. A importância
do documento está no facto de que ele dá inicio ao diálogo sobre aquele que é, até
hoje o maior obstáculo e causa dissensão entre cristianismo do Oriente e do Ocidente,
divididos pelo cismo de 1054 e reunificados brevemente somente no século XV. Por
outro lado, como esclareceu nesta quarta feira o Cardeal Walter Kasper, presidente
do conselho pontifício para as unidade dos cristãos, numa entrevista á Rádio Vaticano,
o caminho para a reconciliação ainda é longo: o próximo encontro entre teólogos católicos
e ortodoxos encarregados de levar por diante o diálogo, está previsto somente em 2009.
O próprio documento agora publicado, embora reconhecendo que o primado e a conciliaridade
são reciprocamente interdependentes, termina precisamente deixando aberta a questão
da função especifica e do papel do Bispo de Roma em relação ás outras Igrejas cristãs.
O documento, intitulado: “As consequências eclesiologicas e canónicas da natureza
sacramental da Igreja, foi publicado no site web do Conselho Pontifício para a unidade
dos cristãos e até hoje não teve uma apresentação pública. Ele é fruto do encontro,
efectuado em Ravena ( na Itália) de 8 a 14 de Outubro deste ano, da comissão mista
internacional para o diálogo teológico entre a igreja católica romana e a Igreja ortodoxa.
Uma breve nota que acompanha o documento especifica que ele foi aprovado com unanimidade
pelos membros da Comissão: na realidade entre os signatários faltam algumas das Igrejas
ortodoxas mais importantes, em particular aquele de Moscovo, que tinha abandonado
o encontro de Ravena devido a uma dissensão com o Patriarcado de Constantinopola.
Moscovo já tinha publicado o testo do documento, sem o assinar, a 26 de Outubro passado.
O texto de Ravena, contudo foi assinado, pelo Vaticano, pelas igrejas ortodoxas de
Constantinopola, Atenas e Chipre.