Cidade do Vaticano, 12 out (RV) - A Igreja Católica portuguesa reconhece sua
crise e promete atuar.
"É fundamental requalificar o trabalho dos padres e
dos leigos", disse ontem o presidente da Conferência Episcopal, dom Jorge Ortiga.
"Não há dúvida que este é um grande desafio para as Igrejas de Portugal, ao qual temos
de estar muito atentos. Depende de nós, mas também dos leigos, tornar a Igreja menos
clerical", acrescentou o cardeal patriarca, dom José Policarpo.
Em seu discurso
aos bispos, na conclusão de sua visita "Ad Limina", sábado, Bento XVI afirmara que
é preciso mudar o estilo de organização da comunidade eclesial portuguesa e a mentalidade
dos seus membros para se ter uma Igreja ao ritmo do Concílio Vaticano II. O Santo
Padre disse também que a maré crescente de não praticantes nas dioceses deve levar
a uma atenta avaliação da eficácia dos percursos de iniciação atuais.
Em seu
pronunciamento ao papa, durante a audiência, dom Jorge Ortiga falou sobre a progressiva
perda de influência da Igreja Católica em Portugal. "O povo português continua, em
sua grande maioria, a afirmar-se católico, embora reconheçamos que os ventos do relativismo
e do indiferentismo exerçam uma grande pressão, provocando atitudes e opções ambíguas
e, em alguns casos, contraditórias". O presidente da Conferência Episcopal considera
que a Igreja tem de conseguir partir ao encontro de mundos que progressivamente se
afastam, “talvez não de Cristo, mas da Igreja”. (CM)