IGREJAS CRISTÃS SE REÚNEM NA CALIFÓRNIA PARA FALAR DE PAZ E RECONCILIAÇÃO
Berkley, 02 out (RV) - Compreender como as Igrejas cristãs na Ásia podem se
tornar agentes de paz e reconciliação: esse foi o tema central do recente encontro
ecumênico realizado em Berkley, Califórnia (EUA), que reuniu bispos, especialistas
e teólogos da América e da Ásia. Participaram do evento membros das Igrejas cristãs
do Japão, China, Hong Kong, Coréia, Taiwan e de numerosos outros países asiáticos.
O
encontro buscou analisar, com base no papel espiritual, cultural e social das Igrejas
nos diversos países asiáticos, os instrumentos, as modalidades, os locais e os tempos
em que os cristãos podem se tornar promotores de paz e de reconciliação, em países
em guerra, onde existem conflitos civis, divisões étnicas e violências perpetradas
em nome do fundamentalismo religioso.
Um dos caminhos irrenunciáveis para as
Igrejas é a oração: os participantes destacaram que "por meio da oração, se proclama
Cristo como Boa Nova de paz e de amor". Um dos conferencistas, Rev. Shintaro Ichihara,
proveniente do Japão, destacou que, no País do Sol Nascente, as Igrejas cristãs vivem
a dicotomia entre a tradição cultural japonesa e o estilo de vida social totalmente
ocidentalizado. Mas, servindo de ponte entre esses dois aspectos e buscando mantê-los
em consideração nas liturgias e na ação apostólica, os cristãos agem como instrumentos
de reconciliação na sociedade e na cultura japonesas.
Para Chun Wai Lam, teólogo
de Hong Kong, a Igreja deve ser um "local de inclusão", capaz de promover a paz na
sociedade, por meio de escolas e serviços sociais, inclusive nos contextos em que
é minoria.
O Dr. Young-Sil Choi, professor de Novo Testamento, no Instituto
de Estudos Teológicos, da Universidade da Coréia, falou do papel dos cristãos, no
criar uma "cultura de reconciliação", relatando a experiência do povo coreano, dividido
há mais de 50 anos, em duas nações diferentes. "Reconciliação _ disse _ não significa
anular as diferenças, mas recuperar uma relação autêntica com o outro."
Todos
os participantes do encontro concordaram sobre a necessidade de que os cristãos progridam
no caminho ecumênico, oferecendo um grande testemunho de unidade entre si, para poderem
ser arautos da paz, da solidariedade, do amor e da reconciliação, em sociedades e
nações que vivem em conflito. (BF/AF)